André Villas-Boas passou a ser o único treinador da Europa sem derrotas, mas tratou de desvalorizar esse detalhe, concentrando-se no que é essencial.
O facto de o FC Porto ser a única equipa imbatível na Europa traz pressão adicional?
Acho esse facto pouco relevante. Conseguimos um número importante de jogos sem perder e estamos satisfeitos com o facto de termos apenas três empates, mas, por exemplo, o Manchester United, que perdeu agora, já fez mais jogos do que nós. Se chegarmos ao final da época e atingirmos os nossos objectivos, então penso que poderemos olhar para trás e apreciar esse facto de outra forma. Mas apenas se vencermos. Estes números, agora, ainda não nos trazem títulos, nem nenhum extra em termos financeiros. Por isso, tudo depende de como terminarmos a época.
O treinador do Rapid de Viena considerou que o FC Porto é um mini-Barcelona...
O FC Porto nunca pode ser considerado um mini-Barcelona porque tem um palmarés tão importante como o do Barcelona. Tem também uma filosofia de que gosto, defendo e tento implementar. Continuarei a lutar agressivamente contra o futebol que não quer ter bola, que pensa apenas nas transições rápidas e é especulativo. A minha filosofia é a outra, que só foi possível aplicar no FC Porto e na Académica devido à qualidade dos jogadores.
O Rapid pode ter mais possibilidades de ganhar pelo facto de o FC Porto já ter garantido a qualificação?
Não me parece. É um jogo importante para nós, porque procuramos garantir o primeiro lugar o mais rapidamente possível, de forma a sermos cabeças-de-série no sorteio para os 16 avos-de-final. Queremos resolver o assunto já neste jogo, sabendo, no entanto, que temos o conforto de jogar em casa com o CSKA de Sófia na eventualidade de não o conseguirmos. Aliás, coloco a questão ao contrário: o Rapid, que tem de ganhar as duas partidas para se qualificar, tem um jogo decisivo para o campeonato no próximo fim-de-semana; será que eles não vão optar por essa competição em detrimento da Liga Europa?
Continua a pensar que é possível vencer a Liga Europa?
Tenho respondido frequentemente a isso. Esta competição é anormal, está mal formatada e é inadmissível que as equipas que prestigiam a competição neste momento tenham depois de levar com as que forem eliminadas da Champions. São equipas de topo, com ambições, mas nós também.
Já teve oportunidade de verificar o estado do terreno?
Sinceramente, não me parece que esteja em grandes condições, mas já nos garantiram que amanhã [hoje] estará perfeito. Segundo as previsões, vai continuar a nevar, mas confirmaram-nos que o campo estará melhor. Sendo assim, as preocupações com esse facto são mínimas.
As condições climatéricas jogam a favor do Rapid?
Penso que não. Os jogadores são profissionais e estão habituados a jogar contra qualquer tipo de adversidade. Mas, tendo em conta que não tem nevado por aqui nos últimos tempos, este também será um factor de novidade para os jogadores do Rapid.
Quais são os pontos fortes do Rapid de Viena?
Não nos podemos esquecer que sentimos dificuldades no primeiro jogo. Foi uma partida competitiva, aberta e orientada para o ataque. Jogam em transições rápidas e têm Salihi em excelente momento de forma. Hofmann é uma ausência importante, mas eles criaram-nos problemas no primeiro jogo e podem voltar a criar neste, sobretudo se continuarem a acreditar que ainda se podem qualificar.
Jorge Maia e Pedro Marques Costa n' O Jogo.
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