Pode dizer-se que esta época foi perfeita?
Sim. Os objectivos a que nos propusemos no início da temporada foram alcançados. Festejamos a conquista do campeonato e da Taça e fizemos ainda uma campanha muito positiva na Liga dos Campeões.
Faltou alguma coisa?
Depois do encontro em Manchester, com um empate, sentimos que podíamos passar. Faltou-nos isso, mas não devemos lamentar nada, porque demos o máximo.
O jogo em Manchester foi o melhor do FC Porto?
Tivemos outros encontros que foram determinantes, como o de Alvalade, o de Kiev e o de Istambul. É lógico que, pela transcendência e mediatismo que teve, o jogo com o Manchester foi especial. Provámos que éramos uma equipa que sabia o que queria.
A nível individual, falhou alguns penáltis. Consegue explicar o que se passou?
Passam-se muitas coisas pela cabeça de um jogador no momento de partir para a bola, e não queria bater como habitualmente. Isso fez-me errar, mas o técnico continuou a acreditar em mim, o que me devolveu a confiança.
O clássico com o Benfica no Dragão marcou a época. Se fosse hoje, voltava a levantar-se naquele lance com o Reyes na área do Benfica?
Depois de ver que suspenderam o Lisandro por um penálti que o árbitro assinalou e que depois disseram que não foi, se fosse hoje deixava-me cair no relvado. É evidente que esse lance foi penálti, mas na altura não me deixei cair porque vi o Fucile a correr em boa posição e pensei que lhe podia passar a bola em condições de ele finalizar. Não o fiz por uma questão de fair play, foi uma reacção instintiva por ver o Fucile bem posicionado. No futuro pensarei duas vezes, sobretudo pelo que se passou com a suspensão ridícula do Lisandro.
Tranquilidade. A palavra costuma ser usada por outro protagonista, mas aplica-se na perfeição a Lucho González. É com tranquilidade que antecipa a próxima época, que renova objectivos e que garante não ter pressa de sair do FC Porto. "Este clube tem sempre grandes objectivos, e a carreira de um jogador constrói-se com títulos", explica, tranquilo.
Qual dos quatro campeonatos foi mais difícil de vencer?
Este foi um campeonato difícil, mas o primeiro com Jesualdo Ferreira terá sido o mais complicado, porque só conseguimos ser campeões na última jornada. Este foi difícil, mas em momento algum houve dúvidas na equipa.
Mas a verdade é que o FC Porto andou algumas jornadas fora do primeiro lugar. Qual foi a explicação?
Foi uma situação com pouca lógica, que serviu para termos a consciência de que não estávamos a fazer as coisas bem. Serviu de alerta para que não perdêssemos mais pontos. Entretanto, voltámos à nossa posição e nunca mais saímos de lá.
Olhando para as contratações que o Benfica fez, com jogadores como Aimar, Reyes e Suazo, esperava que desse mais luta?
Penso que sim, basicamente por ter contratado grandes nomes. Mas isso traduz o que é o futebol actualmente: contratar esse tipo de jogadores não garante nada. De qualquer forma, nunca ficámos preocupados com as aquisições que o Benfica fez. Pensámos sempre em nós.
É uma vantagem para o FC Porto o facto de quase todos os anos os rivais estarem preocupados com o nome do treinador, dos reforços ou do presidente?
Pode ser. Mas todos os anos, quando começa a temporada, não estamos preocupados com os reforços do Benfica ou com a composição da equipa técnica do Sporting. Procuramos, sim, melhorar o que esteve mal na nossa equipa, e essa é que é a verdadeira vantagem do FC Porto.
Nesse sentido, o FC Porto é o favorito para o penta?
Creio que sim. Somos os campeões e, seguramente, esse é um dos objectivos para a próxima temporada.
O que é ser tetracampeão?
É um orgulho. Na verdade, actualmente ainda não temos real consciência do que isso significa. Mas, quando a carreira terminar e olharmos para a história do FC Porto e virmos lá os nossos nomes, aí sim, vamos perceber o alcance do nosso feito. É sempre importante fazer parte da história de um clube, e este tem muita.
Nas comemorações anteriores, os jogadores ficaram-se pelo estádio. Desta vez saíram à rua. Como foi ver tanta gente espalhada pela cidade?
Foi mais bonito. Vivemos mais de perto a euforia dos adeptos. Particularmente, marcou-me bastante e gostei imenso de ver toda a gente a festejar as nossas conquistas. Não quer dizer que nas outras três vezes não tenha sido também emocionante, mas também é bom ir variando um pouco.
Olhando para a época que acabou, e depois de ter dito há cerca de um ano que queria sair, está arrependido de ter ficado?
Claro que não, porque o FC Porto é um clube que tem sempre grandes objectivos, e a carreira de um jogador deve ser construída com títulos. Este clube aspira todos os anos a grandes conquistas, por isso não estou nada arrependido.
Real Madrid pensa em Lucho
A hipótese de Lucho mudar-se para o Real Madrid, ou de, pelo menos, haver negociações nesse sentido, começa a ganhar consistência. A Imprensa espanhola deu ontem conta de alguns desenvolvimentos do caso. Depois da contratação de Cristiano Ronaldo, e mantendo-se a intenção de comprar outro galáctico para marcar golos (Villa, Forlán ou Ibrahimovic), a prioridade de Jorge Valdano, director-desportivo dos merengues, passa por adquirir um médio que consiga dar equilíbrio a uma equipa que se prevê recheada de estrelas. O espanhol Xabi Alonso, do Liverpool, é a prioridade do emblema espanhol, mas nos últimos dias o nome de Lucho González ganhou peso.
O Real Madrid junta-se assim ao Marselha no rol de interessados no internacional argentino, se bem que os espanhóis tenham bastante mais peso do que os franceses, tanto economicamente como, especialmente, do ponto de vista desportivo. O jornal "Sport" escreveu mesmo que a reunião prevista entre o FC Porto e o Marselha, que estava disposto a oferecer 14 milhões de euros, foi adiada devido à intromissão do Real Madrid. Já agora, a reunião estava realmente prevista, embora Pinto da Costa apenas aceitasse receber a delegação gaulesa por cortesia, por achar que não tinham argumentos financeiros para a operação. Na mesma notícia do "Sport" foi explicado que a suspensão da reunião partiu do FC Porto, uma vez que um eventual negócio com o Real Madrid renderia um encaixe superior à SAD. Na verdade, o Marselha ficou sem o presidente, Pape Diouf (demitido pelo accionista maioritário) e isso lançou alguma confusão sobre as movimentações de mercado do clube francês.
Lucho é um nome conhecido de Manuel Pellegrini, o novo treinador do Real Madrid. O chileno orientou o médio portista no River Plate e sempre o admirou, ao ponto de ter tentado por várias vezes levá-lo para o Villarreal. Segundo a Imprensa espanhola, o interesse do Real Madrid partiu precisamente de Manuel Pellegrini. Não obstante, o alvo número um do emblema de Florentino Pérez continua a ser Xabi Alonso, embora as negociações com o Liverpool de Rafa Benítez estejam, no mínimo, complicadas.
Recorde-se que a ligação de Lucho ao Real Madrid começou há alguns dias. O empresário Lucas Comineli, que trabalha na agência que representa o médio do FC Porto, confirmou o interesse do Marselha, mas acrescentou o nome do colosso espanhol, em declarações ao "Jornal de Notícias". "O Marselha e o Real Madrid estão interessados em Lucho", foi o que disse Comineli.
Resta tentar explicar a situação de Lucho e do FC Porto, apesar de tudo isto se configurar, para já, como uma hipótese. O jogador, como se pode ler na entrevista publicada nas páginas anteriores, está bem no clube, não pensa em sair e até encara a hipótese de terminar a carreira por cá. No entanto, compreende-se que o Real Madrid seja um clube que lhe altere este pensamento. Quanto à SAD, apesar de o considerar um elemento fulcral, é óbvio que não descartará mais um negócio milionário. Se houver proposta, claro.
Carlos Gouveia e Tomaz Andrade n' O Jogo..
Sim. Os objectivos a que nos propusemos no início da temporada foram alcançados. Festejamos a conquista do campeonato e da Taça e fizemos ainda uma campanha muito positiva na Liga dos Campeões.
Faltou alguma coisa?
Depois do encontro em Manchester, com um empate, sentimos que podíamos passar. Faltou-nos isso, mas não devemos lamentar nada, porque demos o máximo.
O jogo em Manchester foi o melhor do FC Porto?
Tivemos outros encontros que foram determinantes, como o de Alvalade, o de Kiev e o de Istambul. É lógico que, pela transcendência e mediatismo que teve, o jogo com o Manchester foi especial. Provámos que éramos uma equipa que sabia o que queria.
A nível individual, falhou alguns penáltis. Consegue explicar o que se passou?
Passam-se muitas coisas pela cabeça de um jogador no momento de partir para a bola, e não queria bater como habitualmente. Isso fez-me errar, mas o técnico continuou a acreditar em mim, o que me devolveu a confiança.
O clássico com o Benfica no Dragão marcou a época. Se fosse hoje, voltava a levantar-se naquele lance com o Reyes na área do Benfica?
Depois de ver que suspenderam o Lisandro por um penálti que o árbitro assinalou e que depois disseram que não foi, se fosse hoje deixava-me cair no relvado. É evidente que esse lance foi penálti, mas na altura não me deixei cair porque vi o Fucile a correr em boa posição e pensei que lhe podia passar a bola em condições de ele finalizar. Não o fiz por uma questão de fair play, foi uma reacção instintiva por ver o Fucile bem posicionado. No futuro pensarei duas vezes, sobretudo pelo que se passou com a suspensão ridícula do Lisandro.
Tranquilidade. A palavra costuma ser usada por outro protagonista, mas aplica-se na perfeição a Lucho González. É com tranquilidade que antecipa a próxima época, que renova objectivos e que garante não ter pressa de sair do FC Porto. "Este clube tem sempre grandes objectivos, e a carreira de um jogador constrói-se com títulos", explica, tranquilo.
Qual dos quatro campeonatos foi mais difícil de vencer?
Este foi um campeonato difícil, mas o primeiro com Jesualdo Ferreira terá sido o mais complicado, porque só conseguimos ser campeões na última jornada. Este foi difícil, mas em momento algum houve dúvidas na equipa.
Mas a verdade é que o FC Porto andou algumas jornadas fora do primeiro lugar. Qual foi a explicação?
Foi uma situação com pouca lógica, que serviu para termos a consciência de que não estávamos a fazer as coisas bem. Serviu de alerta para que não perdêssemos mais pontos. Entretanto, voltámos à nossa posição e nunca mais saímos de lá.
Olhando para as contratações que o Benfica fez, com jogadores como Aimar, Reyes e Suazo, esperava que desse mais luta?
Penso que sim, basicamente por ter contratado grandes nomes. Mas isso traduz o que é o futebol actualmente: contratar esse tipo de jogadores não garante nada. De qualquer forma, nunca ficámos preocupados com as aquisições que o Benfica fez. Pensámos sempre em nós.
É uma vantagem para o FC Porto o facto de quase todos os anos os rivais estarem preocupados com o nome do treinador, dos reforços ou do presidente?
Pode ser. Mas todos os anos, quando começa a temporada, não estamos preocupados com os reforços do Benfica ou com a composição da equipa técnica do Sporting. Procuramos, sim, melhorar o que esteve mal na nossa equipa, e essa é que é a verdadeira vantagem do FC Porto.
Nesse sentido, o FC Porto é o favorito para o penta?
Creio que sim. Somos os campeões e, seguramente, esse é um dos objectivos para a próxima temporada.
O que é ser tetracampeão?
É um orgulho. Na verdade, actualmente ainda não temos real consciência do que isso significa. Mas, quando a carreira terminar e olharmos para a história do FC Porto e virmos lá os nossos nomes, aí sim, vamos perceber o alcance do nosso feito. É sempre importante fazer parte da história de um clube, e este tem muita.
Nas comemorações anteriores, os jogadores ficaram-se pelo estádio. Desta vez saíram à rua. Como foi ver tanta gente espalhada pela cidade?
Foi mais bonito. Vivemos mais de perto a euforia dos adeptos. Particularmente, marcou-me bastante e gostei imenso de ver toda a gente a festejar as nossas conquistas. Não quer dizer que nas outras três vezes não tenha sido também emocionante, mas também é bom ir variando um pouco.
Olhando para a época que acabou, e depois de ter dito há cerca de um ano que queria sair, está arrependido de ter ficado?
Claro que não, porque o FC Porto é um clube que tem sempre grandes objectivos, e a carreira de um jogador deve ser construída com títulos. Este clube aspira todos os anos a grandes conquistas, por isso não estou nada arrependido.
Real Madrid pensa em Lucho
A hipótese de Lucho mudar-se para o Real Madrid, ou de, pelo menos, haver negociações nesse sentido, começa a ganhar consistência. A Imprensa espanhola deu ontem conta de alguns desenvolvimentos do caso. Depois da contratação de Cristiano Ronaldo, e mantendo-se a intenção de comprar outro galáctico para marcar golos (Villa, Forlán ou Ibrahimovic), a prioridade de Jorge Valdano, director-desportivo dos merengues, passa por adquirir um médio que consiga dar equilíbrio a uma equipa que se prevê recheada de estrelas. O espanhol Xabi Alonso, do Liverpool, é a prioridade do emblema espanhol, mas nos últimos dias o nome de Lucho González ganhou peso.
O Real Madrid junta-se assim ao Marselha no rol de interessados no internacional argentino, se bem que os espanhóis tenham bastante mais peso do que os franceses, tanto economicamente como, especialmente, do ponto de vista desportivo. O jornal "Sport" escreveu mesmo que a reunião prevista entre o FC Porto e o Marselha, que estava disposto a oferecer 14 milhões de euros, foi adiada devido à intromissão do Real Madrid. Já agora, a reunião estava realmente prevista, embora Pinto da Costa apenas aceitasse receber a delegação gaulesa por cortesia, por achar que não tinham argumentos financeiros para a operação. Na mesma notícia do "Sport" foi explicado que a suspensão da reunião partiu do FC Porto, uma vez que um eventual negócio com o Real Madrid renderia um encaixe superior à SAD. Na verdade, o Marselha ficou sem o presidente, Pape Diouf (demitido pelo accionista maioritário) e isso lançou alguma confusão sobre as movimentações de mercado do clube francês.
Lucho é um nome conhecido de Manuel Pellegrini, o novo treinador do Real Madrid. O chileno orientou o médio portista no River Plate e sempre o admirou, ao ponto de ter tentado por várias vezes levá-lo para o Villarreal. Segundo a Imprensa espanhola, o interesse do Real Madrid partiu precisamente de Manuel Pellegrini. Não obstante, o alvo número um do emblema de Florentino Pérez continua a ser Xabi Alonso, embora as negociações com o Liverpool de Rafa Benítez estejam, no mínimo, complicadas.
Recorde-se que a ligação de Lucho ao Real Madrid começou há alguns dias. O empresário Lucas Comineli, que trabalha na agência que representa o médio do FC Porto, confirmou o interesse do Marselha, mas acrescentou o nome do colosso espanhol, em declarações ao "Jornal de Notícias". "O Marselha e o Real Madrid estão interessados em Lucho", foi o que disse Comineli.
Resta tentar explicar a situação de Lucho e do FC Porto, apesar de tudo isto se configurar, para já, como uma hipótese. O jogador, como se pode ler na entrevista publicada nas páginas anteriores, está bem no clube, não pensa em sair e até encara a hipótese de terminar a carreira por cá. No entanto, compreende-se que o Real Madrid seja um clube que lhe altere este pensamento. Quanto à SAD, apesar de o considerar um elemento fulcral, é óbvio que não descartará mais um negócio milionário. Se houver proposta, claro.
Carlos Gouveia e Tomaz Andrade n' O Jogo..
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