Foi você que pediu um Porto Ferreira? Jesualdo Ferreira assinará por mais duas épocas à frente dos destinos da equipa de futwbol sénior do FCP. Bom trabalho Jesualdo, agora queremos a Taça dos Campeões.
domingo, 31 de maio de 2009
Jesualdo por mais duas épocas
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Jesualdo Ferreira
14.ª Taça de Portugal
FCPorto 1 - Paços de Ferreira 0.
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Taça de Portugal
Hóquei em Patins - Porto perde
2.º Jogo dos play-off: Juventude de Viana 5 - FCPorto 4.
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Hóquei em Patins
sábado, 30 de maio de 2009
Espero que o FC Porto não se distraia
Conferência de imprensa de Jesualdo Ferreira n' O Jogo:
Jesualdo Ferreira sentou-se ontem pela 98.º vez à frente dos jornalistas - entre antevisões e rescaldos de jogos oficiais - esta temporada para recusar assumir o favoritismo do FC Porto na Taça de Portugal. Em todo o caso, mostrou-se optimista quanto à vitória, que seria a primeira numa final enquanto técnico portista. Entre elogios ao Paços de Ferreira, lamentou a ausência de Lucho e a falta de condições do Estádio Nacional para receber um jogo desta exigência.
Como perspectiva a final da Taça ?
É um jogo único para todos aqueles que podem participar numa competição paralela à Liga e cujo formato permite a equipas menos fortes ganhar títulos. É uma prova extra, diferente, que permite mais surpresas do que no campeonato. Esta final tem dois competidores que se enfrentam pela primeira vez. É um jogo em que o Paços de Ferreira vai procurar ficar na história e o FC Porto vai procurar inscrever mais um título na sua história. No fundo, ambos querem a mesma coisa: ganhar.
O treinador do Paços disse que, se o FC Porto se distraísse, ele levava a Taça. Em que é que a equipa não se pode distrair?
O Paços fez um bom campeonato, mesmo começando na segunda divisão. Depois, a equipa e o treinador souberam resistir a alguns maus resultados. Fez um excelente trajecto na Taça e tem toda a legitimidade para pensar que pode discutir e até chegar à vitória. No futebol, acontecem muitas vezes distracções. É normal. Espero que a minha equipa não as tenha e que faça um jogo sério, como tem feito até hoje. Trata-se de uma competição que todos os jogadores querem ganhar e, até pela presença maciça de público, espero que seja um bom espectáculo e que ganhe aquele merecer. Evidentemente, espero que o FC Porto seja merecedor dessa vitória. Dir-se-á que, por ser campeão, o FC Porto é mais forte e mais hipóteses de ganhar, mas temos de provar isso em campo.
Rodríguez disse que não há um favorito. Concorda com o seu jogador?
Claro que sim. O favoritismo num jogo destes é conferido pelo histórico e é atribuído, de fora, ao FC Porto. Porém, a motivação dos jogadores do Paços é grande. Tem uma boa equipa, um bom treinador, que foi sempre uma pessoa equilibrada e que merece estar na final. É uma equipa que vai exigir o máximo do FC Porto e que estará muito mais desinibida do que nos jogos do campeonato. Por isso vai ser um jogo mais aberto e disputado porque se discute ali tudo. Mas não são só os jogadores do Paços que estarão motivados, acreditem nisso.
Tem pena que Lucho não possa participar neste jogo?
Claro, porque é o único jogador do plantel que não o poderá fazer. Por tudo o que o Lucho fez e representa, por ser um dos capitães, tenho mesmo muita pena de que não esteja presente.
Nuno vai ser titular, e Hulk tem condições de jogar de início?
Domingo veremos. Ainda tenho mais algumas horas para pensar bem.
Carlos Gouveia n' O Jogo.
Jesualdo Ferreira sentou-se ontem pela 98.º vez à frente dos jornalistas - entre antevisões e rescaldos de jogos oficiais - esta temporada para recusar assumir o favoritismo do FC Porto na Taça de Portugal. Em todo o caso, mostrou-se optimista quanto à vitória, que seria a primeira numa final enquanto técnico portista. Entre elogios ao Paços de Ferreira, lamentou a ausência de Lucho e a falta de condições do Estádio Nacional para receber um jogo desta exigência.
Como perspectiva a final da Taça ?
É um jogo único para todos aqueles que podem participar numa competição paralela à Liga e cujo formato permite a equipas menos fortes ganhar títulos. É uma prova extra, diferente, que permite mais surpresas do que no campeonato. Esta final tem dois competidores que se enfrentam pela primeira vez. É um jogo em que o Paços de Ferreira vai procurar ficar na história e o FC Porto vai procurar inscrever mais um título na sua história. No fundo, ambos querem a mesma coisa: ganhar.
O treinador do Paços disse que, se o FC Porto se distraísse, ele levava a Taça. Em que é que a equipa não se pode distrair?
O Paços fez um bom campeonato, mesmo começando na segunda divisão. Depois, a equipa e o treinador souberam resistir a alguns maus resultados. Fez um excelente trajecto na Taça e tem toda a legitimidade para pensar que pode discutir e até chegar à vitória. No futebol, acontecem muitas vezes distracções. É normal. Espero que a minha equipa não as tenha e que faça um jogo sério, como tem feito até hoje. Trata-se de uma competição que todos os jogadores querem ganhar e, até pela presença maciça de público, espero que seja um bom espectáculo e que ganhe aquele merecer. Evidentemente, espero que o FC Porto seja merecedor dessa vitória. Dir-se-á que, por ser campeão, o FC Porto é mais forte e mais hipóteses de ganhar, mas temos de provar isso em campo.
Rodríguez disse que não há um favorito. Concorda com o seu jogador?
Claro que sim. O favoritismo num jogo destes é conferido pelo histórico e é atribuído, de fora, ao FC Porto. Porém, a motivação dos jogadores do Paços é grande. Tem uma boa equipa, um bom treinador, que foi sempre uma pessoa equilibrada e que merece estar na final. É uma equipa que vai exigir o máximo do FC Porto e que estará muito mais desinibida do que nos jogos do campeonato. Por isso vai ser um jogo mais aberto e disputado porque se discute ali tudo. Mas não são só os jogadores do Paços que estarão motivados, acreditem nisso.
Tem pena que Lucho não possa participar neste jogo?
Claro, porque é o único jogador do plantel que não o poderá fazer. Por tudo o que o Lucho fez e representa, por ser um dos capitães, tenho mesmo muita pena de que não esteja presente.
Nuno vai ser titular, e Hulk tem condições de jogar de início?
Domingo veremos. Ainda tenho mais algumas horas para pensar bem.
Carlos Gouveia n' O Jogo.
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Conferências de Imprensa
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Romantismo
Não sabia, mas sou um romântico. Descobri-o anteontem, enquanto via a final da Liga dos Campeões, disputada em Roma. Ora, Roma é, até etimologicamente, o cenário perfeito para alguém descobrir que é romântico, mas foi o Barcelona que me deu a volta, a mim que sempre me tive como um racionalista convicto e que até só gosto de blockbusters de acção e trash-metal. O que me partiu todo, o que me deixou com vontade de ouvir o Claire de Lune e jantar à luz das velas foi perceber que, afinal, mesmo em pleno século XXI, num tempo de futebol científico feito de transições rápidas, os jogadores de futebol não têm de ser todos super-homens com dois metros de altura, capazes de correr os cem metros em menos de dez segundos. Podem ser humanos como o Iniesta, como o Xavi ou como o Messi e mesmo assim, como dizia o poeta, voar como o Jardel entre os centrais. E essa é uma excelente notícia para os comuns mortais, românticos, como eu.
Jorge Maia n' O Jogo.
Jorge Maia n' O Jogo.
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Jorge Maia
Mais de 100 autocarros rumo ao Jamor
O Dragon Tour continua a mexer. Desta vez, para a final da Taça de Portugal, está prevista a partida de autocarros de mais de 30 pontos de norte a sul do país. Ao todo, serão mais de uma centena com saída prevista das mais variadas filiais, delegações e associações de adeptos do clube - como documenta o mapa ao lado. A final do Jamor terá, deste modo, 12 500 portistas incluídos no Dragon Tour, uma vez que a venda de bilhetes foi pela primeira vez integrada em exclusivo neste programa que, ao longo da temporada, movimentou mais de 135 mil adeptos. Até ao momento, o ponto alto do Dragon Tour aconteceu no primeiro jogo da temporada, a Supertaça de Portugal realizada frente ao Sporting; na altura, foram cerca de 12 mil adeptos que viajaram através do Dragon Tour até ao Algarve. Depois, seguiram-se, em termos de números, as deslocações a Coimbra e Amadora (4000), Luz (3200), Alvalade (2500) - campeonato e Taça - e Madeira (1000). Sobram ainda as deslocações na Liga dos Campeões: Madrid foi a cidade que recebeu mais adeptos do FC Porto (3200), seguindo-se Manchester (2550) e Arsenal (2000). Estes foram os pontos altos de uma temporada com 52 jogos e que terá, agora, na final da Taça de Portugal, um novo recorde de participação: 12 500 adeptos.
Para além das deslocações para assistir aos jogos de futebol - fora e no Dragão -, o Dragon Tour também entrou em funcionamento para a prova da Superleague Fórmula, que se realizou no circuito do Estoril. Ao todo, viajaram cerca de 10 mil portistas para ver o carro do clube em competição, naquela que foi a prova com maior assistência das seis que se realizaram.
D' O Jogo.
Para além das deslocações para assistir aos jogos de futebol - fora e no Dragão -, o Dragon Tour também entrou em funcionamento para a prova da Superleague Fórmula, que se realizou no circuito do Estoril. Ao todo, viajaram cerca de 10 mil portistas para ver o carro do clube em competição, naquela que foi a prova com maior assistência das seis que se realizaram.
D' O Jogo.
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Taça de Portugal
É importante vencer a Taça
Não há excessos de confiança no discurso de Rodríguez. O cuidado em evitar menosprezar o Paços de Ferreira esteve presente ao longo da antevisão que o uruguaio fez da final da Taça de Portugal, e explica porque rejeitou que se colasse o rótulo de favorito em cima do FC Porto. E justificou-se: "Há que respeitar o nosso adversário, por algum motivo chegou à final. O Paços de Ferreira mereceu chegar ao Jamor, por isso podemos esperar um jogo muito equilibrado". Mais do que isso, o extremo sabe com que estado de espírito os jogadores adversários vão encarar este jogo. "Já os conhecemos bem, já os defrontámos em dois encontros esta época, sabemos que é uma equipa difícil, que marca muito bem e sabe colocar pressão no jogo, mas vai ser certamente um desafio diferente, tratando-se de uma final", frisou, esperando por isso uma equipa do Paços mais motivada do que nunca.
Mas o facto de demonstrar todo este respeito pelo seu adversário da final não inibiu Rodríguez de apontar a conquista da Taça de Portugal como algo que concentra todas as atenções do FC Porto neste momento. "É sem duvida o grande objectivo, o mais importante para o grupo é conquistarmos mais um título. Seria bom conseguirmos vencer a Taça antes de irmos de férias", confessou. Mas de pouco adiantou insistir sobre a tendência natural para se apontar o FC Porto como a equipa mais forte: "Acho que não, vamos ter duas equipas em campo muito fortes, equilibradas. Estamos conscientes de que somos competitivos e que se o FC Porto fizer o seu trabalho vai dar o máximo para vencer."
Abandonadas as várias tentativas feitas por esse caminho, importava saber se os efeitos dos festejos do tetra já estavam diluídos. "A festa do campeonato já passou. Temos vindo a trabalhar bem, foi uma semana muito boa e penso que estamos prontos para disputar a final", garantiu.
Quando assinou pelos azuis e brancos, o uruguaio manifestou a vontade de ser campeão. Mas agora não só é campeão, como pode vencer a Taça de Portugal e terminar a sua primeira época no FC Porto com uma dobradinha: "Sim, de facto estou muito contente e mais ainda porque no início foi difícil para mim, mas era o meu sonho ser campeão e felizmente consegui concretizar esse objectivo." Agora, a meta é ir mais além: "Estou muito satisfeito no FC Porto, tenho vários anos de contrato e espero vencer muitos títulos aqui. Foi importante ter vindo para o FC Porto. Não sei se foi o melhor que podia ter feito na minha carreira, porque também passei coisas boas noutros clubes, mas o importante é que estou cá e que estou a dar o máximo por este clube. Agora temos uma final importante que queremos vencer."
Hulk é uma mais-valia
A recuperação de Hulk tem sido fantástica e, aos poucos, o brasileiro vem recuperando as condições necessárias para voltar a merecer a confiança de Jesualdo Ferreira. Na Trofa, por exemplo, o "incrível" entrou e abanou a defesa da equipa de Tulipa, desequilibrando o jogo de tal modo, que o FC Porto ainda viria a marcar duas vezes antes do apito final.
Rodríguez não tem dúvidas que a recuperação de Hulk é muito importante, ainda para mais, tratando-se de uma final da Taça de Portugal. "Todos nós conhecemos as qualidades dele e o que pode fazer pela equipa, por isso será uma mais-valia poder contar com ele", sublinhou.
No final do jogo com o Braga, Hulk sofreu uma pequena pancada no tornozelo esquerdo, precisamente onde se lesionara na Amadora, mas os treinos ao longo da semana desfizeram dúvidas, se as houvesse. O brasileiro tem treinado sem limitações, entregando-se ao trabalho sem se ressentir, pelo que tudo indica que será mais uma unidade às ordens de Jesualdo Ferreira. Rodríguez, pelo seu lado, não reprimiu um desejo: "Oxalá possa dar o máximo se for chamado". A bola está agora no campo do treinador, que poderá rever o seu onze inicial para o jogo com o Paços de Ferreira, se optar por Hulk de início.
Histórico
Primeira Taça
Aconteceu quando vestia a camisola do Penarol, clube onde se sagrou campeão do Uruguai, em 2003, antes de tentar a sua sorte no futebol europeu, com o Paris Saint-Germain, dois anos mais tarde.
Segunda Taça
Foi um jogador importante no percurso do Paris Saint-Germain, em 2006, contribuindo para a conquista da sétima Taça de França da equipa da capital. Não jogou na final por se encontrar lesionado.
Meias-finais em 2007/08
O Benfica acabaria eliminado pelo Sporting (5-3) nas meias-finais, na edição da época passada, não sem que Rodríguez marcasse um dos três golos.
Golos
Na Taça de Portugal, o uruguaio só marcou uma vez, precisamente ao Sporting, quando ainda envergava a camisola do Benfica. No FC Porto participou em três rondas, sem ter feito ainda o gosto ao pé.
António Soares n' O Jogo.
Mas o facto de demonstrar todo este respeito pelo seu adversário da final não inibiu Rodríguez de apontar a conquista da Taça de Portugal como algo que concentra todas as atenções do FC Porto neste momento. "É sem duvida o grande objectivo, o mais importante para o grupo é conquistarmos mais um título. Seria bom conseguirmos vencer a Taça antes de irmos de férias", confessou. Mas de pouco adiantou insistir sobre a tendência natural para se apontar o FC Porto como a equipa mais forte: "Acho que não, vamos ter duas equipas em campo muito fortes, equilibradas. Estamos conscientes de que somos competitivos e que se o FC Porto fizer o seu trabalho vai dar o máximo para vencer."
Abandonadas as várias tentativas feitas por esse caminho, importava saber se os efeitos dos festejos do tetra já estavam diluídos. "A festa do campeonato já passou. Temos vindo a trabalhar bem, foi uma semana muito boa e penso que estamos prontos para disputar a final", garantiu.
Quando assinou pelos azuis e brancos, o uruguaio manifestou a vontade de ser campeão. Mas agora não só é campeão, como pode vencer a Taça de Portugal e terminar a sua primeira época no FC Porto com uma dobradinha: "Sim, de facto estou muito contente e mais ainda porque no início foi difícil para mim, mas era o meu sonho ser campeão e felizmente consegui concretizar esse objectivo." Agora, a meta é ir mais além: "Estou muito satisfeito no FC Porto, tenho vários anos de contrato e espero vencer muitos títulos aqui. Foi importante ter vindo para o FC Porto. Não sei se foi o melhor que podia ter feito na minha carreira, porque também passei coisas boas noutros clubes, mas o importante é que estou cá e que estou a dar o máximo por este clube. Agora temos uma final importante que queremos vencer."
Hulk é uma mais-valia
A recuperação de Hulk tem sido fantástica e, aos poucos, o brasileiro vem recuperando as condições necessárias para voltar a merecer a confiança de Jesualdo Ferreira. Na Trofa, por exemplo, o "incrível" entrou e abanou a defesa da equipa de Tulipa, desequilibrando o jogo de tal modo, que o FC Porto ainda viria a marcar duas vezes antes do apito final.
Rodríguez não tem dúvidas que a recuperação de Hulk é muito importante, ainda para mais, tratando-se de uma final da Taça de Portugal. "Todos nós conhecemos as qualidades dele e o que pode fazer pela equipa, por isso será uma mais-valia poder contar com ele", sublinhou.
No final do jogo com o Braga, Hulk sofreu uma pequena pancada no tornozelo esquerdo, precisamente onde se lesionara na Amadora, mas os treinos ao longo da semana desfizeram dúvidas, se as houvesse. O brasileiro tem treinado sem limitações, entregando-se ao trabalho sem se ressentir, pelo que tudo indica que será mais uma unidade às ordens de Jesualdo Ferreira. Rodríguez, pelo seu lado, não reprimiu um desejo: "Oxalá possa dar o máximo se for chamado". A bola está agora no campo do treinador, que poderá rever o seu onze inicial para o jogo com o Paços de Ferreira, se optar por Hulk de início.
Histórico
Primeira Taça
Aconteceu quando vestia a camisola do Penarol, clube onde se sagrou campeão do Uruguai, em 2003, antes de tentar a sua sorte no futebol europeu, com o Paris Saint-Germain, dois anos mais tarde.
Segunda Taça
Foi um jogador importante no percurso do Paris Saint-Germain, em 2006, contribuindo para a conquista da sétima Taça de França da equipa da capital. Não jogou na final por se encontrar lesionado.
Meias-finais em 2007/08
O Benfica acabaria eliminado pelo Sporting (5-3) nas meias-finais, na edição da época passada, não sem que Rodríguez marcasse um dos três golos.
Golos
Na Taça de Portugal, o uruguaio só marcou uma vez, precisamente ao Sporting, quando ainda envergava a camisola do Benfica. No FC Porto participou em três rondas, sem ter feito ainda o gosto ao pé.
António Soares n' O Jogo.
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António Soares
O S. João é em Maio
O campeonato terminou na tarde de domingo. A vitória no Tetra, que já era certa há duas semanas, foi selada com casa cheia, e ambiente de festa. Como se previa, o jogo foi rijo, porque os arsenalistas são uma boa equipa onde, ainda por cima, jogam muitos atletas que passaram pelo Dragão, e que gostam de mostrar os seus dotes quando cá regressam. Além disso, é treinada por Jesus, que não tem jeito nem vocação para ser «bombo de festa».
O ambiente carnavalesco que precedeu a partida, apesar de entusiasmar o público como é de bom-tom nestas ocasiões, também não terá sido o melhor dos tónicos para os jogadores da casa.
Houve alguns que pareceram ausentes ou distraídos mas, mesmo assim, valeu a pena ver o jogo, o último desta época no Dragão.
E, se valeu a pena, foi principalmente pela exibição de Hulk que, regressado da sua lesão, resolveu mostrar a toda a gente que quer jogar de início, na final da Taça de Portugal.
O brasileiro já é uma das «coqueluches» dos adeptos, tem com eles uma empatia extraordinária, e só é pena que não possa jogar mais e melhor porque os árbitros não só não protegem jogadores deste quilate, como ainda lhes mostram, a eles, os cartões que deveriam exibir aos adversários faltosos.
É por essas e por outras que o futebol português, canhestro e desengraçado, está condenado a um estatuto de «joguinho» matreiro e caceteiro…
Mas, este é tempo de festa. E, no domingo, a melhor parte da festa estava guardada para mais tarde, quando a noite caiu e o FC Porto regressou à Baixa, num cortejo grandioso que lembrou outros tempos, em que as portas se abriam ao maior clube da cidade, com os adeptos na rua.
Afinal, sempre que o Porto ganha o campeonato, o São João começa em Maio.
Rui Moreira n' A Bola.
O ambiente carnavalesco que precedeu a partida, apesar de entusiasmar o público como é de bom-tom nestas ocasiões, também não terá sido o melhor dos tónicos para os jogadores da casa.
Houve alguns que pareceram ausentes ou distraídos mas, mesmo assim, valeu a pena ver o jogo, o último desta época no Dragão.
E, se valeu a pena, foi principalmente pela exibição de Hulk que, regressado da sua lesão, resolveu mostrar a toda a gente que quer jogar de início, na final da Taça de Portugal.
O brasileiro já é uma das «coqueluches» dos adeptos, tem com eles uma empatia extraordinária, e só é pena que não possa jogar mais e melhor porque os árbitros não só não protegem jogadores deste quilate, como ainda lhes mostram, a eles, os cartões que deveriam exibir aos adversários faltosos.
É por essas e por outras que o futebol português, canhestro e desengraçado, está condenado a um estatuto de «joguinho» matreiro e caceteiro…
Mas, este é tempo de festa. E, no domingo, a melhor parte da festa estava guardada para mais tarde, quando a noite caiu e o FC Porto regressou à Baixa, num cortejo grandioso que lembrou outros tempos, em que as portas se abriam ao maior clube da cidade, com os adeptos na rua.
Afinal, sempre que o Porto ganha o campeonato, o São João começa em Maio.
Rui Moreira n' A Bola.
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Rui Moreira
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Andebol - Porto perde
Benfica 23 - FCPorto 20. DEcisão para a "negra".
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Andebol
O futuro começa hoje
Já não me lembro muito bem quem foi que me chamou a atenção para a importância do futuro. "Afinal", disseram-me, "é lá que vamos passar o resto das nossas vidas". Ora, há várias formas de construir o futuro. Há quem prefira começar do zero todos os anos, deitando abaixo tudo o que fez no passado, voltando ao estirador para desenhar um projecto novo, entregando a obra a um arquitecto diferente e contratando mais uma dúzia de operários. O problema com este tipo de projectos é que raramente conseguem passar do papel. Aliás, na maior parte das vezes, nem sequer passam do papel dos jornais que todos os anos prometem à populaça novos amanhãs que cantam. Depois, há quem prepare o futuro com os pés bem assentes no presente. Renovando, reforçando, revendo e aumentando os objectivos. Essa é a política do FC Porto.
Jorge Maia n' O Jogo.
Jorge Maia n' O Jogo.
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Jorge Maia
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Venda de Diego rende 250 mil euros
O brasileiro Diego saiu do FC Porto no Verão de 2006, mas continua a render aos cofres da SAD. Confirmada a sua transferência do Werder Bremen para a Juventus por uma verba milionária de 24,5 milhões de euros, os portistas têm direito a uma verba que ronda os 250 mil euros, correspondentes a 0,5 por cento do total da venda.
Segundo o "Mecanismo de Solidariedade" da FIFA, a Juventus deve retirar cinco por cento do valor a pagar e distribuí-los por todos os clubes que participaram na formação do jogador. Por formação entende-se o período entre os 12 e os 23 anos. Os clubes que tiveram o jogador até aos 15 anos recebem 0,25 por cento por cada ano, e os clubes que o tiveram a partir daí recebem 0,5 por cento, como é o caso do FC Porto. O Santos, clube em que se estreou como profissional com apenas 16 anos e de onde se transferiu para o Dragão, por exemplo, também vai ter direito à sua parte. Os cofres portistas receberão cerca de 245 mil euros, uma verba que quase paga a totalidade do investimento feito em Janeiro por Cissokho, a grande revelação da segunda metade da época. O FC Porto pagou 300 mil euros ao Setúbal pelo francês.
Quanto a Diego, chegou ao Dragão com grandes expectativas, após a conquista da Champions. Porém, a incompatibilidade com os treinadores e o difícil relacionamento do seu pai e empresário com os dirigentes portistas precipitaram a saída.
Carlos Gouveia n' O Jogo.
Segundo o "Mecanismo de Solidariedade" da FIFA, a Juventus deve retirar cinco por cento do valor a pagar e distribuí-los por todos os clubes que participaram na formação do jogador. Por formação entende-se o período entre os 12 e os 23 anos. Os clubes que tiveram o jogador até aos 15 anos recebem 0,25 por cento por cada ano, e os clubes que o tiveram a partir daí recebem 0,5 por cento, como é o caso do FC Porto. O Santos, clube em que se estreou como profissional com apenas 16 anos e de onde se transferiu para o Dragão, por exemplo, também vai ter direito à sua parte. Os cofres portistas receberão cerca de 245 mil euros, uma verba que quase paga a totalidade do investimento feito em Janeiro por Cissokho, a grande revelação da segunda metade da época. O FC Porto pagou 300 mil euros ao Setúbal pelo francês.
Quanto a Diego, chegou ao Dragão com grandes expectativas, após a conquista da Champions. Porém, a incompatibilidade com os treinadores e o difícil relacionamento do seu pai e empresário com os dirigentes portistas precipitaram a saída.
Carlos Gouveia n' O Jogo.
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Jogadores
Espírito de contradição
A falta de condições para o Estádio do Jamor receber a final da Taça de Portugal é uma evidência. Aliás, é uma evidência tão clara que já nem o presidente da Federação Portuguesa de Futebol a tenta iludir, reconhecendo-a, lamentando-a, mas aceitando-a como uma inevitabilidade cósmica. De resto, a falta de condições do Estádio Nacional para receber a final da Taça de Portugal é uma evidência tão evidente que, tenho cá para mim, se não fosse Pinto da Costa a reclamar a mudança de palco todos os anos, a coisa já seria consensual. Assim, como foi o presidente do FC Porto o primeiro a dizer que a final da segunda prova do calendário nacional merecia um estádio com outras condições, há sempre quem sinta a necessidade de contrariá-lo, apelando aos valores da tradição para justificar o injustificável, mesmo que isso signifique colocar em causa a segurança de quem vai ao futebol. Afinal, qualquer coisa é melhor do que admitir que Pinto da Costa possa ter razão, não é?
Jorge Maia n' O Jogo.
Jorge Maia n' O Jogo.
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Jorge Maia
O 'momento' azul da época
ALICE perguntou: «Poderia dizer-me que caminho devo tomar para sair daqui?» — «Isso depende bastante aonde você quer chegar», disse o Gato. — «O lugar não me importa muito...», disse Alice. «Então não importa que caminho vai tomar», disse o Gato. «...desde que eu chegue a algum lugar», diz Alice, duvidando.» — «Oh, você vai certamente chegar a algum lugar», disse o Gato, «se caminhar bastante.»
Será estranho utilizar um diálogo de Alice no País das Maravilhas para falar de futebol. Há aqui, porém, algo de metaforicamente escondido, no plano futebolístico, que toca a construção de uma equipa de futebol e sua evolução na época. Porque todas elas iniciam, de facto, esse trajecto querendo, sobretudo, começar a andar rapidamente, mas poucas conseguem, desde esse início, distinguir o seu destino. Ou seja, perceber como andar (entenda-se como jogar) e por que caminhos (entenda-se modelo e sistema).
A forma como o FC Porto chegou ao título é um bom exemplo. Porque foi a equipa que, durante a época, percebeu melhor onde estavam os seus problemas. Foi, até, importante, na fase mais sombria, perder alguns jogos. Só assim se evita a ilusão sobre os melhores caminhos que algumas vitórias provocam. O Benfica não soube colocar a si próprio as mesmas questões. A proximidade do primeiro lugar iludiu a equipa (e treinador) do caminho para onde se estava a dirigir.
Nesse caminho (construção), o FC Porto tem um momento chave: a contratação de Cissokho. Mais do que pelo simples valor do jogador, sobretudo pelo que mexeu com as dinâmicas de outras posições (e jogadores) nos grandes princípios de jogo da equipa. Ao descobrir um lateral capaz de dar profundidade de jogo pela faixa esquerda, Jesualdo encontrou a forma de colocar Rodriguez a jogar mais por dentro, em zonas interiores, retirando-o da faixa onde não conseguia soltar o seu melhor futebol, incapaz de ser o extremo que, no inicio, pareciam queriam fazer dele.
Esta relação Cissokho-Rodriguez e sua influência na evolução do jogo portista é um exemplo perfeito de como o melhor futebol vive, numa equipa, da capacidade de relação zonas laterais-zonas interiores. Sem descobrir Cissokho, o mais certo teria sido Rodriguez continuar a caminhar o resto da época preso na faixa esquerda, já que, se o tirasse dessa posição, então é que a equipa nunca mais chegaria à frente por esse flanco.
Sem decidir onde se quer chegar (jogar) é impossível decidir o melhor caminho a tomar. O FC Porto percebeu isso. Desde o início da época, Rodriguez caminhou bastante. Só a partir do seu meio, porém, soube o lugar onde queria chegar. Foi a entrada de Cissokho que lhe deu essa indicação e permitiu-lhe outro jogar.
Mas os jogadores não crescem sozinhos. Entram em campo e querem é correr (caminhar) quase como um instinto primitivo de quem pisa um relvado e vê uma bola. Como Rodriguez e Cissokho. Ao treinador é fundamental mostrar-lhes a importância do caminho, princípio e fim de cada acto táctico. E, depois, sim, caminhar bastante…
Luís Freitas Lobo n' A Bola.
Será estranho utilizar um diálogo de Alice no País das Maravilhas para falar de futebol. Há aqui, porém, algo de metaforicamente escondido, no plano futebolístico, que toca a construção de uma equipa de futebol e sua evolução na época. Porque todas elas iniciam, de facto, esse trajecto querendo, sobretudo, começar a andar rapidamente, mas poucas conseguem, desde esse início, distinguir o seu destino. Ou seja, perceber como andar (entenda-se como jogar) e por que caminhos (entenda-se modelo e sistema).
A forma como o FC Porto chegou ao título é um bom exemplo. Porque foi a equipa que, durante a época, percebeu melhor onde estavam os seus problemas. Foi, até, importante, na fase mais sombria, perder alguns jogos. Só assim se evita a ilusão sobre os melhores caminhos que algumas vitórias provocam. O Benfica não soube colocar a si próprio as mesmas questões. A proximidade do primeiro lugar iludiu a equipa (e treinador) do caminho para onde se estava a dirigir.
Nesse caminho (construção), o FC Porto tem um momento chave: a contratação de Cissokho. Mais do que pelo simples valor do jogador, sobretudo pelo que mexeu com as dinâmicas de outras posições (e jogadores) nos grandes princípios de jogo da equipa. Ao descobrir um lateral capaz de dar profundidade de jogo pela faixa esquerda, Jesualdo encontrou a forma de colocar Rodriguez a jogar mais por dentro, em zonas interiores, retirando-o da faixa onde não conseguia soltar o seu melhor futebol, incapaz de ser o extremo que, no inicio, pareciam queriam fazer dele.
Esta relação Cissokho-Rodriguez e sua influência na evolução do jogo portista é um exemplo perfeito de como o melhor futebol vive, numa equipa, da capacidade de relação zonas laterais-zonas interiores. Sem descobrir Cissokho, o mais certo teria sido Rodriguez continuar a caminhar o resto da época preso na faixa esquerda, já que, se o tirasse dessa posição, então é que a equipa nunca mais chegaria à frente por esse flanco.
Sem decidir onde se quer chegar (jogar) é impossível decidir o melhor caminho a tomar. O FC Porto percebeu isso. Desde o início da época, Rodriguez caminhou bastante. Só a partir do seu meio, porém, soube o lugar onde queria chegar. Foi a entrada de Cissokho que lhe deu essa indicação e permitiu-lhe outro jogar.
Mas os jogadores não crescem sozinhos. Entram em campo e querem é correr (caminhar) quase como um instinto primitivo de quem pisa um relvado e vê uma bola. Como Rodriguez e Cissokho. Ao treinador é fundamental mostrar-lhes a importância do caminho, princípio e fim de cada acto táctico. E, depois, sim, caminhar bastante…
Luís Freitas Lobo n' A Bola.
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Luís Freitas Lobo
Jesualdo, Quique e desconsiderações
PERGUNTA repetida a Quique Flores, na véspera do encontro com o Belenenses, publicamente anunciado como o seu último jogo no comando técnico do Benfica:
— Já alguém da SAD do Benfica falou consigo para rescindir o contrato?
— Não, já disse que não — desabafou Quique.
Pergunta dirigida a Jesualdo Ferreira, já tricampeão como treinador do FC Porto, na véspera do desafio da consagração portista contra o Sp. Braga:
— O aperto de mão que deu a Pinto da Costa significa que já foi selado o acordo de renovação do contrato?
— Se é pela questão dos apertos de mão que dou a Pinto da Costa, seria treinador vitalício do FC Porto — suspirou Jesualdo.
Por razões diversas e em circunstâncias, desportivas e profissionais, quase opostas, Quique Flores e Jesualdo Ferreira viram-se, nas últimas semanas, na situação ingrata e desconfortável de não saberem o que responder sobre o seu futuro próximo.
Num caso, o de Quique Flores, a desconsideração dos dirigentes benfiquistas, de Luís Filipe Vieira a Rui Costa, chegou ao ponto de permitirem que se discutisse amplamente a contratação e os problemas de recrutamento de Jorge Jesus ao Sp. Braga, ao longo de dias e dias, sem pronunciarem uma palavra em defesa da dignidade do treinador, Quique Flores, com o qual assumiram um contrato válido ainda para a próxima época. Pior: sem dirigirem, até à noite de sábado passado, um esclarecimento ou uma satisfação ao próprio — como se depreende da resposta de Quique sobre a hipótese de a SAD do Benfica rescindir o seu contrato.
No outro caso, o de Jesualdo Ferreira, é a deselegância de Pinto da Costa que tem protelado, deliberada e ingratamente, a indefinição sobre a renovação do contrato do treinador já tricampeão. Apostado em mostrar publicamente quem manda e a quem entende que cabem os louros pelos triunfos do futebol portista, Pinto da Costa tem sujeitado Jesualdo Ferreira à penosa tarefa de responder, com ar contristado e recorrendo a evasivas, a uma questão que, ainda por cima, está mais do que decidida na cabeça de todos, incluindo a de Pinto da Costa: a necessária e inevitável continuidade do treinador.
POR detrás do afastamento de Quique Flores da Luz, a meio do contrato que assinou com o Benfica, está uma filosofia de gestão desportiva, casual e impaciente, que é responsável pelo cemitério de treinadores em que se transformou o clube: já vai a caminho das duas dezenas em 15 anos, não há um único que resista duas épocas consecutivas e completas.
Sempre à procura do sucesso imediato e do regresso instantâneo aos grandes êxitos de um passado cada vez mais distante, as direcções do Benfica apostam tudo o que têm (e o que, muitas vezes, não têm), no início de cada época. Quem não vence à primeira é dispensado, desbarata-se o trabalho entretanto feito, os conhecimentos e métodos adquiridos, recomeça-se de novo, quase do ponto zero. Com outras caras, novas e abundantes promessas, expectativas ilusoriamente elevadas ao máximo, muitos milhões gastos em indemnizações e sempre mais contratações. Os resultados desportivos desta gestão imediatista e em desespero de causa estão à vista de todos. Os resultados financeiros vão ficando, por enquanto, na sombra dos gabinetes.
Luís Filipe Vieira regista a segunda pior série de resultados da história do futebol do Benfica: quatro épocas seguidas sem chegar, sequer, ao 2.º lugar no Campeonato. Entretanto, queimou Ronald Koeman, Fernando Santos, José Antonio Camacho, Quique Flores. Quem está, afinal, em causa: o presidente e o seu modelo de gestão ou a capacidade e qualidade dos treinadores?
Por tudo isto, o pré-demitido pelos jornais Quique Flores deve ter esboçado um sorriso ao ouvir, há dias, quando ainda nenhum responsável do Benfica falara com ele, Luís Filipe Vieira a considerar que se deve «desconfiar daqueles que não têm gratidão, porque a falta dela denuncia gente vulgar». Pois, pois.
JESUALDO Ferreira é o primeiro treinador a somar três títulos consecutivos de campeão no FC Porto e prepara-se para vencer, no domingo, a Taça de Portugal. Verá, entretanto, ser anunciada a renovação do seu contrato numa qualquer rábula ou cerimónia ao estilo de Pinto da Costa.
Mas já não escapará à descortesia e ingratidão de que foi alvo nestas últimas semanas, em que o presidente o forçou a fazer o papel de vencedor menor e oficialmente não reconhecido. Pinto da Costa considera-se acima, muito acima, de qualquer treinador do FC Porto. E faz questão de o demonstrar a todos. José Mourinho terá sido o único que não se submeteu a esse ditame. E a esse estilo.
José António Lima n' A Bola.
— Já alguém da SAD do Benfica falou consigo para rescindir o contrato?
— Não, já disse que não — desabafou Quique.
Pergunta dirigida a Jesualdo Ferreira, já tricampeão como treinador do FC Porto, na véspera do desafio da consagração portista contra o Sp. Braga:
— O aperto de mão que deu a Pinto da Costa significa que já foi selado o acordo de renovação do contrato?
— Se é pela questão dos apertos de mão que dou a Pinto da Costa, seria treinador vitalício do FC Porto — suspirou Jesualdo.
Por razões diversas e em circunstâncias, desportivas e profissionais, quase opostas, Quique Flores e Jesualdo Ferreira viram-se, nas últimas semanas, na situação ingrata e desconfortável de não saberem o que responder sobre o seu futuro próximo.
Num caso, o de Quique Flores, a desconsideração dos dirigentes benfiquistas, de Luís Filipe Vieira a Rui Costa, chegou ao ponto de permitirem que se discutisse amplamente a contratação e os problemas de recrutamento de Jorge Jesus ao Sp. Braga, ao longo de dias e dias, sem pronunciarem uma palavra em defesa da dignidade do treinador, Quique Flores, com o qual assumiram um contrato válido ainda para a próxima época. Pior: sem dirigirem, até à noite de sábado passado, um esclarecimento ou uma satisfação ao próprio — como se depreende da resposta de Quique sobre a hipótese de a SAD do Benfica rescindir o seu contrato.
No outro caso, o de Jesualdo Ferreira, é a deselegância de Pinto da Costa que tem protelado, deliberada e ingratamente, a indefinição sobre a renovação do contrato do treinador já tricampeão. Apostado em mostrar publicamente quem manda e a quem entende que cabem os louros pelos triunfos do futebol portista, Pinto da Costa tem sujeitado Jesualdo Ferreira à penosa tarefa de responder, com ar contristado e recorrendo a evasivas, a uma questão que, ainda por cima, está mais do que decidida na cabeça de todos, incluindo a de Pinto da Costa: a necessária e inevitável continuidade do treinador.
POR detrás do afastamento de Quique Flores da Luz, a meio do contrato que assinou com o Benfica, está uma filosofia de gestão desportiva, casual e impaciente, que é responsável pelo cemitério de treinadores em que se transformou o clube: já vai a caminho das duas dezenas em 15 anos, não há um único que resista duas épocas consecutivas e completas.
Sempre à procura do sucesso imediato e do regresso instantâneo aos grandes êxitos de um passado cada vez mais distante, as direcções do Benfica apostam tudo o que têm (e o que, muitas vezes, não têm), no início de cada época. Quem não vence à primeira é dispensado, desbarata-se o trabalho entretanto feito, os conhecimentos e métodos adquiridos, recomeça-se de novo, quase do ponto zero. Com outras caras, novas e abundantes promessas, expectativas ilusoriamente elevadas ao máximo, muitos milhões gastos em indemnizações e sempre mais contratações. Os resultados desportivos desta gestão imediatista e em desespero de causa estão à vista de todos. Os resultados financeiros vão ficando, por enquanto, na sombra dos gabinetes.
Luís Filipe Vieira regista a segunda pior série de resultados da história do futebol do Benfica: quatro épocas seguidas sem chegar, sequer, ao 2.º lugar no Campeonato. Entretanto, queimou Ronald Koeman, Fernando Santos, José Antonio Camacho, Quique Flores. Quem está, afinal, em causa: o presidente e o seu modelo de gestão ou a capacidade e qualidade dos treinadores?
Por tudo isto, o pré-demitido pelos jornais Quique Flores deve ter esboçado um sorriso ao ouvir, há dias, quando ainda nenhum responsável do Benfica falara com ele, Luís Filipe Vieira a considerar que se deve «desconfiar daqueles que não têm gratidão, porque a falta dela denuncia gente vulgar». Pois, pois.
JESUALDO Ferreira é o primeiro treinador a somar três títulos consecutivos de campeão no FC Porto e prepara-se para vencer, no domingo, a Taça de Portugal. Verá, entretanto, ser anunciada a renovação do seu contrato numa qualquer rábula ou cerimónia ao estilo de Pinto da Costa.
Mas já não escapará à descortesia e ingratidão de que foi alvo nestas últimas semanas, em que o presidente o forçou a fazer o papel de vencedor menor e oficialmente não reconhecido. Pinto da Costa considera-se acima, muito acima, de qualquer treinador do FC Porto. E faz questão de o demonstrar a todos. José Mourinho terá sido o único que não se submeteu a esse ditame. E a esse estilo.
José António Lima n' A Bola.
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José António Lima
Dragões na roda dos milhões
A Champions League de Verão dá dois milhões de euros ao vencedor FC Porto convidado ilustre na primeira edição da prova no continente europeu Dez países e uma dúzia de grandes equipas em competição, de 24 de Julho a 2 de Agosto
É o aperitivo para Liga dos Campeões. Um aperitivo que faz crescer água na boca às equipas e, sobretudo, às administrações dos 12 privilegiados clubes que foram convidados para participar na quarta edição da Peace Cup, e a primeira a realizar-se na Europa. Isto porque não fica a dever muito à Champions League em termos desportivos e financeiros, em jogo que estarão emblemas de grande prestígio e... três milhões de euros reservados para a final, dois para o vencedor e um para o vencido. Chegar às meias-finais também valerá... a pena: meio milhão de euros.
O que quer dizer que o FC Porto participa esta temporada em duas... ligas de campeões – uma por direito próprio, outra pelo prestígio entretanto adquirido –, dados os valores em jogo, seja no campo ou fora dele, onde vão competir uma dúzia de formações em representação de dez países.
O torneio, a realizar-se maioritariamente na região andaluza, dois jogos que o Real Madrid disputa na capital espanhola..., tem ainda uma outra vertente tão ou mais importante do que a do que a desportiva, que é a sua componente humanitária e social: a Fundação Peace Dream, que é o topo da pirâmide de todos os seus eventos e projectos, é uma das organizações não governamentais (ONG) líder na sua área. Uma força adicional que faz com que este formato competitivo atravesse continentes e ganhe cada vez mais expressão a cada edição, que vai agora na quarta realização. Nas três anteriores, realizadas fora da Europa, os vencedores foram o PSV Eindhoven, Tottenham e Lyon.
DOIS 'LEÕES' NO MESMO GRUPO
Deste trio de vencedores só um estará presente na estreia europeia: o Lyon. Curiosamente, a equipa francesa faz parte do mesmo grupo do FC Porto, onde se integra também o Fenerbahçe, da Turquia.
Nas outros três grupos encontram-se, entre outros, o galáctico Real Madrid, que terá na altura mais umas quantas vedetas e, sabe-se lá, até Cristiano Ronaldo, a Juventus de Tiago e agora também do ex-portista Diego e... o inesquecível Celtic, que foi derrotado pelos dragões em Sevilha, naquela que foi considerada já como uma das melhores finais da Taça UEFA.
Um trio de notáveis entre outras estrelas maiores e... menores, como o próprio Sevilha, Málaga, ambos de Espanha, Aston Villa (Inglaterra), Fenerbahçe (Turquia) e os menos conhecidos Seongnam, da Coreia do Sul, Al-Ittihad, da Arábia Saudita, Liga de Quito, do Equador. Uns bem mais graduados do que outros a nível internacional, todos eles com galões nos respectivos países para exibirem na Peace Cup, entre 2 de Julho e 2 de Agosto.
DINHEIRO DÁ PARA TODOS...
Como competição que é de grande dimensão e os fins altruístas que defende, a organização igualmente se assemelha àquela que é a imagem de marca do futebol europeu e mundial, como a Champions League. Daí o grande aparato que ontem se instalou no auditório do centro de treinos do Olival, onde o comando central da Peace Cup se fez representar pelo seu vice secretário-geral, Sean Kim, que não pregou olho para estar presente na cerimónia, onde contou a seu lado com Jesualdo Ferreira e os capitães Bruno Alves e Lucho.
No seu discurso, Sean Kim fez ver que o dinheiro arrecadado com o mais variado tipo de receitas, desde o de bilheteira a publicidade e transmissões televisivas, chega para manter uma prova desta envergadura e ainda sobra «para a Peace Dream ajudar crianças necessitadas de todo o mundo».
José Carlos Sousa n' A Bola.
É o aperitivo para Liga dos Campeões. Um aperitivo que faz crescer água na boca às equipas e, sobretudo, às administrações dos 12 privilegiados clubes que foram convidados para participar na quarta edição da Peace Cup, e a primeira a realizar-se na Europa. Isto porque não fica a dever muito à Champions League em termos desportivos e financeiros, em jogo que estarão emblemas de grande prestígio e... três milhões de euros reservados para a final, dois para o vencedor e um para o vencido. Chegar às meias-finais também valerá... a pena: meio milhão de euros.
O que quer dizer que o FC Porto participa esta temporada em duas... ligas de campeões – uma por direito próprio, outra pelo prestígio entretanto adquirido –, dados os valores em jogo, seja no campo ou fora dele, onde vão competir uma dúzia de formações em representação de dez países.
O torneio, a realizar-se maioritariamente na região andaluza, dois jogos que o Real Madrid disputa na capital espanhola..., tem ainda uma outra vertente tão ou mais importante do que a do que a desportiva, que é a sua componente humanitária e social: a Fundação Peace Dream, que é o topo da pirâmide de todos os seus eventos e projectos, é uma das organizações não governamentais (ONG) líder na sua área. Uma força adicional que faz com que este formato competitivo atravesse continentes e ganhe cada vez mais expressão a cada edição, que vai agora na quarta realização. Nas três anteriores, realizadas fora da Europa, os vencedores foram o PSV Eindhoven, Tottenham e Lyon.
DOIS 'LEÕES' NO MESMO GRUPO
Deste trio de vencedores só um estará presente na estreia europeia: o Lyon. Curiosamente, a equipa francesa faz parte do mesmo grupo do FC Porto, onde se integra também o Fenerbahçe, da Turquia.
Nas outros três grupos encontram-se, entre outros, o galáctico Real Madrid, que terá na altura mais umas quantas vedetas e, sabe-se lá, até Cristiano Ronaldo, a Juventus de Tiago e agora também do ex-portista Diego e... o inesquecível Celtic, que foi derrotado pelos dragões em Sevilha, naquela que foi considerada já como uma das melhores finais da Taça UEFA.
Um trio de notáveis entre outras estrelas maiores e... menores, como o próprio Sevilha, Málaga, ambos de Espanha, Aston Villa (Inglaterra), Fenerbahçe (Turquia) e os menos conhecidos Seongnam, da Coreia do Sul, Al-Ittihad, da Arábia Saudita, Liga de Quito, do Equador. Uns bem mais graduados do que outros a nível internacional, todos eles com galões nos respectivos países para exibirem na Peace Cup, entre 2 de Julho e 2 de Agosto.
DINHEIRO DÁ PARA TODOS...
Como competição que é de grande dimensão e os fins altruístas que defende, a organização igualmente se assemelha àquela que é a imagem de marca do futebol europeu e mundial, como a Champions League. Daí o grande aparato que ontem se instalou no auditório do centro de treinos do Olival, onde o comando central da Peace Cup se fez representar pelo seu vice secretário-geral, Sean Kim, que não pregou olho para estar presente na cerimónia, onde contou a seu lado com Jesualdo Ferreira e os capitães Bruno Alves e Lucho.
No seu discurso, Sean Kim fez ver que o dinheiro arrecadado com o mais variado tipo de receitas, desde o de bilheteira a publicidade e transmissões televisivas, chega para manter uma prova desta envergadura e ainda sobra «para a Peace Dream ajudar crianças necessitadas de todo o mundo».
José Carlos Sousa n' A Bola.
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Peace Cup
terça-feira, 26 de maio de 2009
Aquela irreverência temida por quem não é do Porto
A recente vitória do Futebol Clube do Porto no presente campeonato antes de ele terminar é como a pescada que já o era antes de ser pescada para que possa ser saboreada, quando bem preparada a nível da culinária. No futebol, o actual presidente (e futuro) é um cozinheiro de excelência.
Falar do actual campeão é pouco. Sem história, os feitos não têm o sabor apetecido. Não há um campeonato ganho. Há quatro seguidos e projecta-se o quinto pela mão, sobretudo pela cabeça, do meu irmão Jorge Nuno.
Ele, Jorge, simbolicamente como S. Jorge vencedor do dragão, na realidade é o paradigmático dragão vencedor.
No seu percurso vital, tem-lhe acontecido tudo, excepto morrer. Uma vez salvou-lhe a vida a irreverência que lhe é peculiar, reconhecida, apreciada e temida por quem não é do Porto, seja futebol ou cidade.
Vai para mais de 30 anos deslocava-se sem cinto de segurança, o carro capotou, caiu a uma ribanceira, foi projectado para o banco de trás e não morreu por não estar no lugar devido, quando o tecto do carro perfurou o seu lugar. Apenas sofreu um ferimento num joelho. Telefonou-me de uma cabina do Hospital de S. João a dizer que tivera um acidente de viação e que não podia dizer mais nada, porque só tinha uma moeda. Fui ter com ele. Por sorte, ia a entrar, na equipa de urgência, um grande amigo meu e colega de curso, o dr. Fernando Reis Lima, um dos melhores cirurgiões do Porto que o observou e lhe deu alta.
Não foi desta, disse ele. E, digo eu, se tivesse sido era ao serviço do FCP, já que a viagem estava relacionada com o futebol.
Sempre o futebol, no bom e no mau. Expressão não rigorosa, já que a maior parte das situações não é radicalmente preta nem branca, mas sobretudo é cinzenta.
Vai para 60 anos que um locutor relatava, no Campo da Constituição: "O Porto domina, e o Benfica mete golos!"
Era assim, hoje não é, e cada vez mais é diferente.
O tetra já foi, agora só se pensa no penta.
Quando se sabe o que se faz e quando a pessoa se entrega com amor e brilho nos olhos, o acontecido é normal.
O FC Porto mantém uma intensa e profícua actividade não para ser o primeiro, que já é, mas para estar sempre acima do segundo e assim dar concretização à frase: "O Porto é uma nação!"
O primeiro Campeonato Nacional ganho foi em 1922. Eram os primórdios do futebol ganhador.
Entre as múltiplas actividades praticadas, recordo a introdução do hóquei em campo em 1926 e ainda que o FCP é o clube que mais títulos possui nesta modalidade entre os ditos três grandes.
Desde 1982, o Futebol Clube do Porto encontra-se em ascendência permanente nas várias modalidades, que são muitas.
Não há bela sem senão, e continua a aguardar-se a retomada actividade no hóquei em campo que em datas distantes muita glória deu ao clube.
Em 9 de Dezembro de 1986, poucos dias antes de o presidente Pinto da Costa completar 51 anos de idade, foi criada a Secção de Desporto Adaptado do Futebol Clube do Porto, privilegiando os deficientes mentais, motores e os afectados de paralisia cerebral.
É mais uma vitória a destacar, tradutora de que o Futebol Clube do Porto, bem gerido, é de uma relevante utilidade social.
PROF. J. PINTO DA COSTA n' O Jogo.
Falar do actual campeão é pouco. Sem história, os feitos não têm o sabor apetecido. Não há um campeonato ganho. Há quatro seguidos e projecta-se o quinto pela mão, sobretudo pela cabeça, do meu irmão Jorge Nuno.
Ele, Jorge, simbolicamente como S. Jorge vencedor do dragão, na realidade é o paradigmático dragão vencedor.
No seu percurso vital, tem-lhe acontecido tudo, excepto morrer. Uma vez salvou-lhe a vida a irreverência que lhe é peculiar, reconhecida, apreciada e temida por quem não é do Porto, seja futebol ou cidade.
Vai para mais de 30 anos deslocava-se sem cinto de segurança, o carro capotou, caiu a uma ribanceira, foi projectado para o banco de trás e não morreu por não estar no lugar devido, quando o tecto do carro perfurou o seu lugar. Apenas sofreu um ferimento num joelho. Telefonou-me de uma cabina do Hospital de S. João a dizer que tivera um acidente de viação e que não podia dizer mais nada, porque só tinha uma moeda. Fui ter com ele. Por sorte, ia a entrar, na equipa de urgência, um grande amigo meu e colega de curso, o dr. Fernando Reis Lima, um dos melhores cirurgiões do Porto que o observou e lhe deu alta.
Não foi desta, disse ele. E, digo eu, se tivesse sido era ao serviço do FCP, já que a viagem estava relacionada com o futebol.
Sempre o futebol, no bom e no mau. Expressão não rigorosa, já que a maior parte das situações não é radicalmente preta nem branca, mas sobretudo é cinzenta.
Vai para 60 anos que um locutor relatava, no Campo da Constituição: "O Porto domina, e o Benfica mete golos!"
Era assim, hoje não é, e cada vez mais é diferente.
O tetra já foi, agora só se pensa no penta.
Quando se sabe o que se faz e quando a pessoa se entrega com amor e brilho nos olhos, o acontecido é normal.
O FC Porto mantém uma intensa e profícua actividade não para ser o primeiro, que já é, mas para estar sempre acima do segundo e assim dar concretização à frase: "O Porto é uma nação!"
O primeiro Campeonato Nacional ganho foi em 1922. Eram os primórdios do futebol ganhador.
Entre as múltiplas actividades praticadas, recordo a introdução do hóquei em campo em 1926 e ainda que o FCP é o clube que mais títulos possui nesta modalidade entre os ditos três grandes.
Desde 1982, o Futebol Clube do Porto encontra-se em ascendência permanente nas várias modalidades, que são muitas.
Não há bela sem senão, e continua a aguardar-se a retomada actividade no hóquei em campo que em datas distantes muita glória deu ao clube.
Em 9 de Dezembro de 1986, poucos dias antes de o presidente Pinto da Costa completar 51 anos de idade, foi criada a Secção de Desporto Adaptado do Futebol Clube do Porto, privilegiando os deficientes mentais, motores e os afectados de paralisia cerebral.
É mais uma vitória a destacar, tradutora de que o Futebol Clube do Porto, bem gerido, é de uma relevante utilidade social.
PROF. J. PINTO DA COSTA n' O Jogo.
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Pinto da Costa
Os dez centímetros que faltavam a Assunção
Nas várias comparações que já foram feitas entre Fernando e Paulo Assunção, faltou o detalhe do tamanho. Adriaanse - sim, cá está ele outra vez - explica-o melhor do que eu: "Se o Paulo fosse dez centímetros mais alto e se fosse mais rápido, estaria a jogar no Arsenal ou no Chelsea ou no Milan ou na Juventus." Disse-o a O JOGO, em 2006, no rescaldo de uma época notável do médio. Agora, reparem bem na coincidência: Paulo Assunção mede 1,73 metros e Fernando... 1,83. Entre um e outro, há os tais dez centímetros que, para Adriaanse, faziam toda a diferença. Além do tamanho, também há a velocidade e a idade. É improvável que isso tenha passado despercebido. Mas, ao contrário do que acontece com aqueles que são talhados para os holofotes, as atenções de mercado dispensadas a jogadores como Fernando costumam ser tratadas à imagem da postura em campo: na sombra; bem discretas. Os grandes clubes insistem em comprar lâmpadas, potentes e brilhantes, mas, de vez em quando, lá se rendem à evidência: é preciso um interruptor que as ligue. No FC Porto, Fernando foi excelente a projectar o brilho de outros, sem anular o dele.
Hugo Sousa n' O Jogo.
Hugo Sousa n' O Jogo.
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Hugo Sousa,
Jogadores
Esgotaram os bilhetes para a final do Jamor
Os cerca de 12 000 bilhetes que o FC Porto recebeu para a final da Taça de Portugal esgotaram ontem, em poucas horas. As impressionantes filas que foram abraçando o Dragão logo de manhã faziam antever esse desfecho, confirmado a meio da tarde.
Impelidos ainda pelos festejos do tetra que contagiaram algumas artérias do centro da cidade, na véspera, muitos foram os que acorreram ao estádio bem cedo, derretendo nervos e paciência em filas intermináveis, que se mantiveram durante horas, tempo suficiente para que as bilheteiras ficassem limpas de ingressos, numa loucura que levou a que ninguém arredasse pé, na esperança de conseguir o famigerado "bilhete dourado".
Alguns adeptos, segundo apurou O JOGO, tinham mesmo assegurado os seus lugares junto às bilheteiras de véspera, outros foram obrigados a madrugar, quase que fazendo uma directa entre os festejos e a autêntica peregrinação que se seguiu para garantir um ingresso que abrisse as portas do Estádio Nacional para a festa que encerra a temporada futebolística portuguesa.
O FC Porto tem, assim, garantido apoio de peso nas bancadas. Aliás, além desta corrida às bilheteiras, e segundo apurou O JOGO, está preparado um verdadeiro assalto ao Jamor, no âmbito do Dragon Tour, envolvendo várias filiais e delegações. Mais de 100 autocarros estão reservados e partirão de várias cidades, de norte a sul. Há ainda mais de 2500 adeptos mobilizados por diversas associações e também eles com lugar reservado na final com o Paços de Ferreira.
António Soares n' O Jogo.
Impelidos ainda pelos festejos do tetra que contagiaram algumas artérias do centro da cidade, na véspera, muitos foram os que acorreram ao estádio bem cedo, derretendo nervos e paciência em filas intermináveis, que se mantiveram durante horas, tempo suficiente para que as bilheteiras ficassem limpas de ingressos, numa loucura que levou a que ninguém arredasse pé, na esperança de conseguir o famigerado "bilhete dourado".
Alguns adeptos, segundo apurou O JOGO, tinham mesmo assegurado os seus lugares junto às bilheteiras de véspera, outros foram obrigados a madrugar, quase que fazendo uma directa entre os festejos e a autêntica peregrinação que se seguiu para garantir um ingresso que abrisse as portas do Estádio Nacional para a festa que encerra a temporada futebolística portuguesa.
O FC Porto tem, assim, garantido apoio de peso nas bancadas. Aliás, além desta corrida às bilheteiras, e segundo apurou O JOGO, está preparado um verdadeiro assalto ao Jamor, no âmbito do Dragon Tour, envolvendo várias filiais e delegações. Mais de 100 autocarros estão reservados e partirão de várias cidades, de norte a sul. Há ainda mais de 2500 adeptos mobilizados por diversas associações e também eles com lugar reservado na final com o Paços de Ferreira.
António Soares n' O Jogo.
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Taça de Portugal
Não esperava que me corresse tão bem"
PEDRO MARQUES COSTA
TOMAZ ANDRADE
Se houver uma distribuição de mérito pela conquista do tetracampeonato, um jovem de 21 anos arrisca-se a ficar com uma das partes mais importantes. Fernando Francisco Reges é, juntamente com Cissokho, o campeão mais novo se olharmos para os que formaram a estrutura titular de Jesualdo Ferreira ao longo de 30 jornadas. Para quem chegou do Estrela da Amadora e cumpria a primeira época no FC Porto com a missão de jogar no lugar do hiperelogiado Paulo Assunção, não se saiu nada mal. Somou 25 jogos no campeonato, todos a titular, cresceu até apagar o nome do agora "colchonero" da lista de recordações e exibiu-se durante 812 minutos nos palcos da Liga dos Campeões. Provas inquestionáveis do mérito do médio brasileiro, que actuou na posição mais importante da equipa, segundo Jesualdo Ferreira disse a meio da época, voltando a elogiá-lo na última semana, ao dizer que, juntamente com Hulk, Fernando foi uma das revelações do campeonato.
Anteontem, quando a alegria dos festejos do tetracampeonato transpirava por todos os poros do plantel, Fernando soltou as emoções em declarações exclusivas a O JOGO. "Penso sempre que vai tudo correr bem, porque tenho confiança nas minhas capacidades. Mas, a verdade é que não esperava que a época me corresse tão bem. Porquê? Pela grandeza do FC Porto e pelos jogadores que formam o plantel. Trabalhei muito e os resultados foram os melhores, tanto do ponto de vista pessoal como colectivo", explicou o brasileiro. Este foi o primeiro grande título de Fernando, daí ter sentido uma alegria indescritível. "Já tinha conquistado um título no Brasil, mas não com esta grandeza, num clube com tanto prestígio como o FC Porto. Estou muito feliz e só espero que seja o primeiro de muitos títulos neste clube", disse, enquanto apontava para o símbolo do FC Porto estampado na camisola.
No arranque da temporada, em Marienfeld, Jesualdo Ferreira olhou para Fernando e viu potencial onde os adeptos só detectaram dúvidas. A herança de Paulo Assunção era demasiado pesada, como o próprio confirmou anteontem. "No começo da época, eu não tinha nenhum estatuto no clube. Vinha do Estrela da Amadora e o Paulo Assunção tinha sido campeão duas vezes, tinha um estatuto muito grande no FC Porto. Era uma herança um pouco pesada para mim, atrapalhava a minha afirmação, mas, com o decorrer do campeonato, fui melhorando, porque ganhei confiança, e depois desinibi-me." Os elogios de Jesualdo sucederam-se , ao ponto de ser apontado por ele como revelação do campeonato. "Fico muito feliz com essas palavras, porque é um sinal de que o meu trabalho está a ser reconhecido. Mas, tenho de colocar os pés no chão, porque não posso viver de elogios. Tenho de continuar a trabalhar para poder crescer ainda mais." Obviamente, Fernando pretende continuar a trabalhar com Jesualdo Ferreira. "Aprendi muitas coisas com o treinador, ensinou-me muito, sempre com o objectivo de aprimorar as minhas qualidades. Espero que possa continuar connosco, para irmos em busca do pentacampeonato."
Pedro Marques Costa e Tomaz Andrade n' O Jogo.
PEDRO MARQUES COSTA
TOMAZ ANDRADE
Se houver uma distribuição de mérito pela conquista do tetracampeonato, um jovem de 21 anos arrisca-se a ficar com uma das partes mais importantes. Fernando Francisco Reges é, juntamente com Cissokho, o campeão mais novo se olharmos para os que formaram a estrutura titular de Jesualdo Ferreira ao longo de 30 jornadas. Para quem chegou do Estrela da Amadora e cumpria a primeira época no FC Porto com a missão de jogar no lugar do hiperelogiado Paulo Assunção, não se saiu nada mal. Somou 25 jogos no campeonato, todos a titular, cresceu até apagar o nome do agora "colchonero" da lista de recordações e exibiu-se durante 812 minutos nos palcos da Liga dos Campeões. Provas inquestionáveis do mérito do médio brasileiro, que actuou na posição mais importante da equipa, segundo Jesualdo Ferreira disse a meio da época, voltando a elogiá-lo na última semana, ao dizer que, juntamente com Hulk, Fernando foi uma das revelações do campeonato.
Anteontem, quando a alegria dos festejos do tetracampeonato transpirava por todos os poros do plantel, Fernando soltou as emoções em declarações exclusivas a O JOGO. "Penso sempre que vai tudo correr bem, porque tenho confiança nas minhas capacidades. Mas, a verdade é que não esperava que a época me corresse tão bem. Porquê? Pela grandeza do FC Porto e pelos jogadores que formam o plantel. Trabalhei muito e os resultados foram os melhores, tanto do ponto de vista pessoal como colectivo", explicou o brasileiro. Este foi o primeiro grande título de Fernando, daí ter sentido uma alegria indescritível. "Já tinha conquistado um título no Brasil, mas não com esta grandeza, num clube com tanto prestígio como o FC Porto. Estou muito feliz e só espero que seja o primeiro de muitos títulos neste clube", disse, enquanto apontava para o símbolo do FC Porto estampado na camisola.
No arranque da temporada, em Marienfeld, Jesualdo Ferreira olhou para Fernando e viu potencial onde os adeptos só detectaram dúvidas. A herança de Paulo Assunção era demasiado pesada, como o próprio confirmou anteontem. "No começo da época, eu não tinha nenhum estatuto no clube. Vinha do Estrela da Amadora e o Paulo Assunção tinha sido campeão duas vezes, tinha um estatuto muito grande no FC Porto. Era uma herança um pouco pesada para mim, atrapalhava a minha afirmação, mas, com o decorrer do campeonato, fui melhorando, porque ganhei confiança, e depois desinibi-me." Os elogios de Jesualdo sucederam-se , ao ponto de ser apontado por ele como revelação do campeonato. "Fico muito feliz com essas palavras, porque é um sinal de que o meu trabalho está a ser reconhecido. Mas, tenho de colocar os pés no chão, porque não posso viver de elogios. Tenho de continuar a trabalhar para poder crescer ainda mais." Obviamente, Fernando pretende continuar a trabalhar com Jesualdo Ferreira. "Aprendi muitas coisas com o treinador, ensinou-me muito, sempre com o objectivo de aprimorar as minhas qualidades. Espero que possa continuar connosco, para irmos em busca do pentacampeonato."
Pedro Marques Costa e Tomaz Andrade n' O Jogo.
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1 PAOLO MALDINI despediu-se de San Siro, e para a semana despede-se do futebol, depois de 24 anos de carreira no seu clube de sempre: o Milan. Abandona como titular da equipa que serviu durante quase um quarto de século e a um mês de fazer 41 anos de idade — o que, uma vez mais, deveria ser objecto de reflexão de toda a gente ligada profissionalmente ao futebol, para tentarem entender a razão pela qual as carreiras de jogador em Itália são tão notavelmente longas. É simplesmente brilhante que um jogador que já ganhou sete títulos de campeão de Itália, cinco de campeão europeu e três de campeão mundial de clubes, que foi o mais internacional de sempre da squadra azzurra (pela qual disputou 126 jogos e duas finais do Mundial), acabe ainda como titular num dos maiores clubes europeus, à beira dos 41 anos de idade!
Mas, para além de todos os seus registos, Paolo Maldini foi também um jogador brilhante — brilhante de raça, de técnica, de inteligência de jogo. Com ele nasceu verdadeiramente o conceito do lateral ofensivo, varrendo todo um flanco e que ainda conseguiu reconverter-se em central. A acrescentar a tudo isso, possui três qualidades que fazem toda a diferença: estilo, personalidade e cultura. Ah, e essa coisa que já não se usa e que faz o infortúnio dos «empresários» de jogadores: o amor à camisola — sempre a mesma.
2 Por cá, fizeram-se as despedidas de mais uma época. Uma época cinzenta e desinteressante, com mau futebol como regra geral, má prestação europeia dos clubes portugueses como regra também geral, embora com excepções, e a vergonha dos salários em atraso. Houve, como é habitual, festas e dramas, na hora da despedida.
Na segunda festa do título no Dragão, o que mais me chamou a atenção foi uma coisa um bocado indefinível e que talvez seja necessário ser adepto do clube para o entender: há, no povo azul-e-branco, uma cultura de vitória entranhada, que não há em mais lado nenhum. Não é feita de arrogância nem de falsa humildade, mas de um orgulho tranquilo, que é o resultado do contrato estabelecido tacitamente entre um público fiel mas exigente e uma equipa profissional a sério, desde o roupeiro ao presidente. Isso não existe em qualquer outro clube português, e é por isso que só nos sabemos porque ganhamos tão mais que os outros. E, enquanto eles (em boa verdade, cada vez menos), se entretêm a gritar que foi batota, nós agradecemos que assim continuem a pensar. Porque, enquanto o fizerem, jamais acharão o caminho para a vitória.
Num jogo profundamente aborrecido, Jesualdo Ferreira achou que podia caçar leões com fisga. Chega a ser comovente a insistência dele em tentar convencer-se que jogadores como o Mariano ou o Farías podem assegurar as despesas do ataque portista e ganhar jogos. Agora, que toda a gente elogia Jesualdo, eu — que sempre o defendi desde o primeiro dia — estou muito à vontade para destoar neste ponto: penso que ele é um treinador que protege as suas escolhas pessoais até ao limite, mas para o qual, em contrapartida, quem não está no seu grupo eleito, não tem uma hipótese. E uma das coisas que ele sempre preteriu aos seus eleitos foi a aposta nos jovens jogadores. Por isso é que, esta época, o Candeias e o Rabiola não tiveram uma verdadeira oportunidade, embora tenham mostrado o suficiente para se perceber que qualquer deles é bem melhor que um Mariano ou um Farías. Por isso é que foram enxotados como extra-numerários jovens como o Ibson, o Vieirinha, o Leandro Lima, o Hélder Barbosa, embora qualquer pessoa veja facilmente que qualquer deles é bem melhor e com bem maior margem de melhoria que um Guarín ou um Tomás Costa.
Enfim, foi pena mais uma aposta na pólvora seca, porque podia-se ter terminado o campeonato e feito a festa com uma vitória fácil frente a uma equipa que nunca mostrou merecer empatar o jogo.
3 O Belenenses lá foi para a segunda divisão, porque não há milagres quando não se sabe gerir e se usa os clubes apenas como plataforma de promoção social ou mediática. Agora, os novos dirigentes azuis esperam ser repescados, se o Estrela da Amadora, o Leixões ou o Setúbal não conseguirem pagar numa semana o que devem aos jogadores, ao fisco e à segurança social — e se eles o conseguirem… É o roto que espera que o nu morra de frio primeiro do que ele.
E o Boavista lá foi para a terceira divisão (segunda, em linguagem politicamente correcta), prosseguindo a descida descontrolada de uma ladeira que não se sabe onde terminará. O estádio do Bessa na terceira divisão — eis o nosso retrato! E, como castigo póstumo do major, o Boavista desce aos infernos na companhia do Gondomar, a outra menina dos olhos de Valentim Loureiro.
Em contrapartida, o União de Leiria, campeão crónico do menor número de espectadores no estádio quando ainda há pouco estava na primeira divisão, já está de regresso. Um regresso que augura mais do mesmo: falta de público, falta de sustentabilidade económica, incapacidade de sobrevivência financeira sem o apoio crónico da autarquia. As imagens da festa da subida do União, em Aveiro, eram, aliás, eloquentes. Uns duzentos ou trezentos corajosos adeptos faziam a festa no relvado, enquanto em fundo se viam as bancadas do Estádio de Aveiro (um dos seis novos estádios feitos para o Euro-2004) absolutamente desertas e a tentar disfarçar o non sense de tudo aquilo graças às pinturas «trompe l'oeil» que o arq.º Tomás Taveira muito avisadamente inventou para ali e para Alvalade, para Coimbra, para Faro. Se desportivamente, a recuperação do União em direcção à subida foi uma notável proeza com a assinatura de Manuel Fernandes, o sentido útil disso pode ser bem ilustrado pela cena cómica do próprio treinador da vitória: assim que o árbitro apitou para o fim do jogo, ele lançou-se a correr pelo campo, mas, ao fim de meia-dúzia de passos, parou, agachado e com um esgar de dor, com uma ruptura muscular. Pareceu premonitório.
4 Bonita, sim, foi a despedida de Quique Flores da Luz. Acho que nunca saberemos verdadeiramente se foi ele ou não o principal culpado da época decepcionante do Benfica. Sabemos, claro, que era o bode expiatório mais à mão. Não discuto se Rui Costa e Luís Filipe Vieira tinham ou não justificadas razões para mais uma vez levarem o Benfica a desfazer-se do treinador, ao fim de uma simples época de experiência. Mas sei que o fizeram de uma forma muito pouco digna e que talvez explique em parte porque nada corre bem há tanto tempo naquela casa. Ao invés, Quique despediu-se como um senhor, que sempre mostrou ser, nesta sua brevíssima passagem pelo futebol português. As esperanças estão agora colocadas em Jorge Jesus, que pode ser muito melhor treinador do que Quique ou ter mais sorte, logo se verá. Mas uma coisa há onde Jesus não chega aos calcanhares do espanhol: em atitude e elegância na forma de estar, junto à linha e fora dela.
Miguel Sousa Tavares n' A Bola.
Mas, para além de todos os seus registos, Paolo Maldini foi também um jogador brilhante — brilhante de raça, de técnica, de inteligência de jogo. Com ele nasceu verdadeiramente o conceito do lateral ofensivo, varrendo todo um flanco e que ainda conseguiu reconverter-se em central. A acrescentar a tudo isso, possui três qualidades que fazem toda a diferença: estilo, personalidade e cultura. Ah, e essa coisa que já não se usa e que faz o infortúnio dos «empresários» de jogadores: o amor à camisola — sempre a mesma.
2 Por cá, fizeram-se as despedidas de mais uma época. Uma época cinzenta e desinteressante, com mau futebol como regra geral, má prestação europeia dos clubes portugueses como regra também geral, embora com excepções, e a vergonha dos salários em atraso. Houve, como é habitual, festas e dramas, na hora da despedida.
Na segunda festa do título no Dragão, o que mais me chamou a atenção foi uma coisa um bocado indefinível e que talvez seja necessário ser adepto do clube para o entender: há, no povo azul-e-branco, uma cultura de vitória entranhada, que não há em mais lado nenhum. Não é feita de arrogância nem de falsa humildade, mas de um orgulho tranquilo, que é o resultado do contrato estabelecido tacitamente entre um público fiel mas exigente e uma equipa profissional a sério, desde o roupeiro ao presidente. Isso não existe em qualquer outro clube português, e é por isso que só nos sabemos porque ganhamos tão mais que os outros. E, enquanto eles (em boa verdade, cada vez menos), se entretêm a gritar que foi batota, nós agradecemos que assim continuem a pensar. Porque, enquanto o fizerem, jamais acharão o caminho para a vitória.
Num jogo profundamente aborrecido, Jesualdo Ferreira achou que podia caçar leões com fisga. Chega a ser comovente a insistência dele em tentar convencer-se que jogadores como o Mariano ou o Farías podem assegurar as despesas do ataque portista e ganhar jogos. Agora, que toda a gente elogia Jesualdo, eu — que sempre o defendi desde o primeiro dia — estou muito à vontade para destoar neste ponto: penso que ele é um treinador que protege as suas escolhas pessoais até ao limite, mas para o qual, em contrapartida, quem não está no seu grupo eleito, não tem uma hipótese. E uma das coisas que ele sempre preteriu aos seus eleitos foi a aposta nos jovens jogadores. Por isso é que, esta época, o Candeias e o Rabiola não tiveram uma verdadeira oportunidade, embora tenham mostrado o suficiente para se perceber que qualquer deles é bem melhor que um Mariano ou um Farías. Por isso é que foram enxotados como extra-numerários jovens como o Ibson, o Vieirinha, o Leandro Lima, o Hélder Barbosa, embora qualquer pessoa veja facilmente que qualquer deles é bem melhor e com bem maior margem de melhoria que um Guarín ou um Tomás Costa.
Enfim, foi pena mais uma aposta na pólvora seca, porque podia-se ter terminado o campeonato e feito a festa com uma vitória fácil frente a uma equipa que nunca mostrou merecer empatar o jogo.
3 O Belenenses lá foi para a segunda divisão, porque não há milagres quando não se sabe gerir e se usa os clubes apenas como plataforma de promoção social ou mediática. Agora, os novos dirigentes azuis esperam ser repescados, se o Estrela da Amadora, o Leixões ou o Setúbal não conseguirem pagar numa semana o que devem aos jogadores, ao fisco e à segurança social — e se eles o conseguirem… É o roto que espera que o nu morra de frio primeiro do que ele.
E o Boavista lá foi para a terceira divisão (segunda, em linguagem politicamente correcta), prosseguindo a descida descontrolada de uma ladeira que não se sabe onde terminará. O estádio do Bessa na terceira divisão — eis o nosso retrato! E, como castigo póstumo do major, o Boavista desce aos infernos na companhia do Gondomar, a outra menina dos olhos de Valentim Loureiro.
Em contrapartida, o União de Leiria, campeão crónico do menor número de espectadores no estádio quando ainda há pouco estava na primeira divisão, já está de regresso. Um regresso que augura mais do mesmo: falta de público, falta de sustentabilidade económica, incapacidade de sobrevivência financeira sem o apoio crónico da autarquia. As imagens da festa da subida do União, em Aveiro, eram, aliás, eloquentes. Uns duzentos ou trezentos corajosos adeptos faziam a festa no relvado, enquanto em fundo se viam as bancadas do Estádio de Aveiro (um dos seis novos estádios feitos para o Euro-2004) absolutamente desertas e a tentar disfarçar o non sense de tudo aquilo graças às pinturas «trompe l'oeil» que o arq.º Tomás Taveira muito avisadamente inventou para ali e para Alvalade, para Coimbra, para Faro. Se desportivamente, a recuperação do União em direcção à subida foi uma notável proeza com a assinatura de Manuel Fernandes, o sentido útil disso pode ser bem ilustrado pela cena cómica do próprio treinador da vitória: assim que o árbitro apitou para o fim do jogo, ele lançou-se a correr pelo campo, mas, ao fim de meia-dúzia de passos, parou, agachado e com um esgar de dor, com uma ruptura muscular. Pareceu premonitório.
4 Bonita, sim, foi a despedida de Quique Flores da Luz. Acho que nunca saberemos verdadeiramente se foi ele ou não o principal culpado da época decepcionante do Benfica. Sabemos, claro, que era o bode expiatório mais à mão. Não discuto se Rui Costa e Luís Filipe Vieira tinham ou não justificadas razões para mais uma vez levarem o Benfica a desfazer-se do treinador, ao fim de uma simples época de experiência. Mas sei que o fizeram de uma forma muito pouco digna e que talvez explique em parte porque nada corre bem há tanto tempo naquela casa. Ao invés, Quique despediu-se como um senhor, que sempre mostrou ser, nesta sua brevíssima passagem pelo futebol português. As esperanças estão agora colocadas em Jorge Jesus, que pode ser muito melhor treinador do que Quique ou ter mais sorte, logo se verá. Mas uma coisa há onde Jesus não chega aos calcanhares do espanhol: em atitude e elegância na forma de estar, junto à linha e fora dela.
Miguel Sousa Tavares n' A Bola.
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Miguel Sousa Tavares
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Aliados na festa do Porto
O Porto está na rua. Quando se olhava a multidão, esmagadora, que encheu a noite com a festa do tetra, a frase sorria, com malícia, em muitos lábios. Mas, quem tem medo dos campeões? Na Praça da Liberdade, ninguém. E eram muitos milhares. A polícia deixou trepar andaimes, crescer à altura do autocarro aberto que tinha no topo os vencedores. Só não deixou cruzar a rampa do edifício da Câmara Municipal, frio e às escuras, fechado para o Porto que saiu à rua. O Infante D. Henrique, no início do percurso da consagração dos campeões, não se melindrou. Quando muito, estremeceu, à primeira explosão em redor da equipa de Jesualdo Ferreira, recém-chegada do Dragão. Mas, não virou a cara. Nem mesmo quando uma zaragata deixou um homem por terra e vários outros desesperados à espera de socorro. Não há quem nos acuda, nesta terra onde o 112 nem sempre está em condições de responder a uma emergência. Esta resolveu-se no hospital, e o caminho ficou livre para a maré azul e branca, que começara muito antes, no pôr do Sol do campeonato, no Dragão.
Há muito quem não queira ver a dimensão do sucesso portista - a Liga nem esperou o fim do campeonato para despachar o troféu e também aqui, como na Câmara Municipal, o representante máximo dispensou o espectáculo, mas não o cartaz a promover-se, na Alameda do Dragão. Talvez tudo isto seja mentira. A Alameda, por exemplo, é possível que só exista ao domingo. Porque ela é feita para descer assim, em passo de paz de domingo de manhã, com sol meigo e promessa de festa, lá ao fundo. Por lá desfila um FC Porto elegante. É claro que continuam a circular por ali os cromos e as figurinhas que elevam a paixão pelo clube a níveis que fazem sorrir, como o homem que veste a bandeira, o que inventa um dragão na caixa aberta da carrinha, ou ainda aqueles que fazem deste ambiente um negócio para ajudar à vida, que está tão difícil - não tanto, porém, que abdique dos preços de festa, que a candonga e os cachecóis do tetra (dois, cinco euros!) não se negam a ninguém; ou talvez seja simplesmente o vendedor que se contenta com pouco. Estão todos lá, pela Alameda, mas, os que passam os portões, são os outros, os adeptos que colocam o cachecol com elegância, os que, mais ou menos desportivos, vestem, invariavelmente, bem. O Dragão reflecte cada vez mais a distância que este clube tem para a realidade da cidade, do país, deste e doutros campeonatos. O que distingue o FC Porto é o que está reservado para depois do jogo com o Braga. É a presença nos Aliados, onde os portistas cabem todos, iguais na paixão, na alegria de sair à rua e ver os futebolistas transformados na claque maior: Hulk, um menino que muitos grandes clubes rejeitaram, por ser humilde nas raízes futebolísticas, ia ao leme da barca, e quase dá para jurar que o fenómeno tem pronúncia do Norte - pelo menos, sabe de cor os versos que melindram o rival da capital, de ouvidos sensíveis à rudeza do falar, à força da maré que subiu quatro campeonatos sem ceder, que cresce cada vez mais só - é o único emblema que resta da cidade, nos campeonatos profissionais. O Boavista caiu, ontem. Foi o último a quem a Câmara cedeu a varanda. Mas, há sempre os Aliados.
Mónica Santos n' O Jogo.
Há muito quem não queira ver a dimensão do sucesso portista - a Liga nem esperou o fim do campeonato para despachar o troféu e também aqui, como na Câmara Municipal, o representante máximo dispensou o espectáculo, mas não o cartaz a promover-se, na Alameda do Dragão. Talvez tudo isto seja mentira. A Alameda, por exemplo, é possível que só exista ao domingo. Porque ela é feita para descer assim, em passo de paz de domingo de manhã, com sol meigo e promessa de festa, lá ao fundo. Por lá desfila um FC Porto elegante. É claro que continuam a circular por ali os cromos e as figurinhas que elevam a paixão pelo clube a níveis que fazem sorrir, como o homem que veste a bandeira, o que inventa um dragão na caixa aberta da carrinha, ou ainda aqueles que fazem deste ambiente um negócio para ajudar à vida, que está tão difícil - não tanto, porém, que abdique dos preços de festa, que a candonga e os cachecóis do tetra (dois, cinco euros!) não se negam a ninguém; ou talvez seja simplesmente o vendedor que se contenta com pouco. Estão todos lá, pela Alameda, mas, os que passam os portões, são os outros, os adeptos que colocam o cachecol com elegância, os que, mais ou menos desportivos, vestem, invariavelmente, bem. O Dragão reflecte cada vez mais a distância que este clube tem para a realidade da cidade, do país, deste e doutros campeonatos. O que distingue o FC Porto é o que está reservado para depois do jogo com o Braga. É a presença nos Aliados, onde os portistas cabem todos, iguais na paixão, na alegria de sair à rua e ver os futebolistas transformados na claque maior: Hulk, um menino que muitos grandes clubes rejeitaram, por ser humilde nas raízes futebolísticas, ia ao leme da barca, e quase dá para jurar que o fenómeno tem pronúncia do Norte - pelo menos, sabe de cor os versos que melindram o rival da capital, de ouvidos sensíveis à rudeza do falar, à força da maré que subiu quatro campeonatos sem ceder, que cresce cada vez mais só - é o único emblema que resta da cidade, nos campeonatos profissionais. O Boavista caiu, ontem. Foi o último a quem a Câmara cedeu a varanda. Mas, há sempre os Aliados.
Mónica Santos n' O Jogo.
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Festejos
domingo, 24 de maio de 2009
Andebol - Porto vence
3.º jogo dos play-off: FCPorto 33 - Benfica 26.
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Andebol
Hóquei em Patins - Porto vence
1.º jogo dos play-off: FCPorto 5 - Juventude de Viana 2.
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Hóquei em Patins
sábado, 23 de maio de 2009
A festa regressa aos Aliados
A festa do título, marcada para domingo, inclui uma passagem oficial pela Baixa do Porto, o que não acontecia há alguns anos. A relação tensa com Rui Rio, presidente da Câmara, desviou as comemorações para a Alameda do Dragão, mas, desta vez, a "Via Tetra" - assim se chama a iniciativa - passa mesmo pela Avenida dos Aliados. Aliás, domingo promete ser um dia longo na festa do tetracampeonato. O jogo com o Braga está marcado para as 19 horas, mas o mais provável é que a agitação comece umas horas antes, junto ao estádio. A lotação está esgotada e muitos dos que não conseguiram bilhete vão ter de aguardar até que os festejos transbordem do relvado para as ruas. Em princípio, sem a tradicional passagem pelo varandim do Dragão, ponto alto dos últimos três campeonatos.
Certo é que o desfile de campeões começará na Praça do Infante, junto ao Palácio da Bolsa. A caravana dos campeões prosseguirá depois pela Mouzinho da Silveira, passa pelos Lóios, avança pela Praça da Liberdade e sobe a Avenida dos Aliados, recuperando o cenário emblemático das conquistas portistas, mas sem a paragem oficial na Câmara. Apesar de nos últimos anos terem perdido alguma força como palco principal das comemorações, os Aliados continuaram a ser ponto de encontro obrigatório para muitos portistas. "Temos uma forte determinação no sentido de ganhar o jogo e queremos depois, com os nossos adeptos e com os portuenses, voltar a fazer, na Baixa do Porto, a festa do tetra, encerrando os festejos aí, porque temos um título importante para conquistar, a Taça de Portugal", comentou Jesualdo Ferreira.
Hugo Sousa n' O Jogo.
Certo é que o desfile de campeões começará na Praça do Infante, junto ao Palácio da Bolsa. A caravana dos campeões prosseguirá depois pela Mouzinho da Silveira, passa pelos Lóios, avança pela Praça da Liberdade e sobe a Avenida dos Aliados, recuperando o cenário emblemático das conquistas portistas, mas sem a paragem oficial na Câmara. Apesar de nos últimos anos terem perdido alguma força como palco principal das comemorações, os Aliados continuaram a ser ponto de encontro obrigatório para muitos portistas. "Temos uma forte determinação no sentido de ganhar o jogo e queremos depois, com os nossos adeptos e com os portuenses, voltar a fazer, na Baixa do Porto, a festa do tetra, encerrando os festejos aí, porque temos um título importante para conquistar, a Taça de Portugal", comentou Jesualdo Ferreira.
Hugo Sousa n' O Jogo.
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Festejos
Glamour na Gala Azul
Dois dias antes do ponto final no campeonato, o FC Porto juntou à mesa, para o Jantar de Gala do Tetra, não só o plantel e a equipa técnica que o garantiram, mas também os presidentes dos clubes da primeira liga que o disputaram, à excepção do Benfica e Guimarães. O Sporting também foi convidado, mas Filipe Soares Franco comunicou a Pinto da Costa, a sua indisponibilidade. Nada que abalasse a boa disposição do presidente do FC Porto, expressa nas respostas aos jornalistas. "Se vamos aproveitar a presença de outros presidentes para falar de negócios? Claro, foi para isso que vieram. Aliás, na ementa, em vez de bacalhau e rosbife, vão estar os craques", disparou, garantindo desconhecer quaiquer negociações por Maicon. E continuou, aproveitando as deixas: "O Bruno Alves de saída? Não, está aqui na entrada. A saída é só depois das onze", sossegou, com um sorriso. Mais a sério, sempre foi dizendo que a festa era para os jogadores e técnicos, acrescentando que o evento era mais uma oportunidade para "festejar uma vitória importantíssima", desejando "que não seja a última da época". E sobre a Taça de Portugal, Pinto da Costa voltou a criticar as condições do Jamor. "O Estádio Nacional de Oeiras não tem condições para grandes jogos e a prova disso é que a Selecção Nacional nunca joga lá. Se acham que tem condições para final da Taça, também deveria ter para os jogos da Selecção que se realizam em Lisboa". Finalmente, voltou a garantir que não desfaz o tabu em torno de Jesualdo Ferreira. "Tem de continuar o mais possível para nos deixarem em paz com as outras questões", explicou.
No final da festa, já na fase dos discuros, Matos Fernandes, presidente da Assembleia Geral da SAD foi particularmente contundente, recordando que o título "foi importante não só por ter sido conseguido dentro das quatro linhas, com adversários que a souberam honrar, mas também fora dos relvados". "Tivemos de lutar contra inimigos dentro e fora das instituições desportivas. Quiseram decapitar-nos com uma caça miserável ao presidente Pinto da Costa", afirmou.
Jesualdo Ferreira foi menos polémico, mas igualmente entusiástico. "O presidente disse há dias que o segredo era escolher os melhores e eu sinto-me o melhor, os funcionários, os dirigentes e os jogadores também se sentem os melhores", frisou, antes de concluir, emocionado: "Não vou citar um poeta, vou citar um jogador do plantel que disse que este clube alimenta-se de vitórias. É isso, Fucile! Foi por isso que ganhámos!".
Hugo Sousa n' O Jogo.
No final da festa, já na fase dos discuros, Matos Fernandes, presidente da Assembleia Geral da SAD foi particularmente contundente, recordando que o título "foi importante não só por ter sido conseguido dentro das quatro linhas, com adversários que a souberam honrar, mas também fora dos relvados". "Tivemos de lutar contra inimigos dentro e fora das instituições desportivas. Quiseram decapitar-nos com uma caça miserável ao presidente Pinto da Costa", afirmou.
Jesualdo Ferreira foi menos polémico, mas igualmente entusiástico. "O presidente disse há dias que o segredo era escolher os melhores e eu sinto-me o melhor, os funcionários, os dirigentes e os jogadores também se sentem os melhores", frisou, antes de concluir, emocionado: "Não vou citar um poeta, vou citar um jogador do plantel que disse que este clube alimenta-se de vitórias. É isso, Fucile! Foi por isso que ganhámos!".
Hugo Sousa n' O Jogo.
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Tnho pena que esta época acabe
Conferência de imprensa de Jesualdo Ferreira n' O Jogo:
O momento é de balanço da temporada e o que Jesualdo Ferreira faz é necessariamente positivo. O FC Porto foi campeão, ganhou uma mão-cheia de jogadores e reconstruiu uma equipa, tudo depois de um arranque complicado que o treinador do FC Porto não esquece. Como não esquece as críticas de que foi alvo nessa altura e que lhe proporcionam "um gozo especial" no momento de celebrar mais um título depois de ter sido dado como "morto". Entretanto, vai recordando que há mais dois jogos para ganhar: com o Paços de Ferreira na final da Taça de Portugal e com o Braga, no encerramento de uma época que, para ele, acaba demasiado depressa.
Considerando a realização da final da Taça de Portugal no próximo fim-de-semana, admite fazer gestão do plantel frente ao Braga?
O que vou fazer no próximo jogo não tem nada a ver com a final da Taça de Portugal, tem exclusivamente a ver com o Braga. A Taça é só no próximo fim-de-semana e até lá vamos ter mais uma semana para trabalhar. O jogo do Braga não se projecta na Taça de Portugal. É evidente que as estruturas e processos que a equipa tem mantido vão continuar e pode haver um ou outro jogador diferente que transmita um carisma diferente, mas a equipa será aquela que eu entender ser a melhor para o jogo com o Braga e para encerrar o campeonato. Comum entre Braga e Taça será a nossa vontade de ganhar.
Pensa que, com o FC Porto campeão e com o Braga na luta pelo quarto lugar, estão reunidas as condições para um bom espectáculo no encerramento do campeonato?
Acho que as duas equipas, por aquilo que foram capazes de fazer ao longo da temporada abrem perspectivas de um bom jogo. O Braga foi sempre uma equipa positiva e vai certamente jogar para ganhar no Dragão, o que se ajusta ao FC Porto que também joga sempre para ganhar. Deste quadro poderá resultar um bom jogo capaz de fazer entrar nele os 50 mil adeptos que esperamos no estádio.
Derrota com Benfica deixa o Braga com necessidade de ganhar para tentar o quarto lugar...
Ainda bem, porque nos vai obrigar a estar mais atentos e agressivos. Sempre que as dificuldades aumentam para o FC Porto, há um suplemento de motivação. Quanto mais fortes são os nossos adversários, mais fortes temos de ser nós para ganharmos e essa é uma boa proposta para nós.
Tem consciência de que, com as notícias em torno da sua renovação e da contratação de Jorge Jesus pelo Benfica, o jogo com o Braga pode servir para projectar duelos futuros entre ambos?
Só se for pela parte do Jesus. Da minha não. Nem sequer tinha pensado nisso. Não penso na próxima época. Penso apenas no jogo com o Braga que é uma boa equipa com um bom treinador.
Tem pena que a época esteja a acabar?
Tenho. Tenho e explico porquê. Se fizerem um levantamento dos nossos resultados desde a derrota com a Naval até agora, percebem a quantidade de jogos que o FC Porto ganhou nas diferentes competições, mesmo incluindo a Taça da Liga. Não houve muito tempo para treinar e tivemos de fazer uma rodagem muito grande de jogadores, até em virtude das lesões e castigos que foram acontecendo. Se olharmos para tudo isso e se verificarmos os resultados que o FC Porto fez, tenho pena que acabe. Foi um ciclo importante e vitorioso. Temos pena que acabe, mas tem mesmo de acabar. Começámos a treinar a sete de Julho e houve um período de apenas sete dias de férias no Natal porque as pessoas acharam que esse período de descanso é prejudicial, algo que não faz nenhum sentido. O que faz sentido é os jogadores descansarem, faz sentido dividir a época em dois blocos claros, faz sentido que os jogadores recuperem para poderem jogar com intensidade. Considerando o que fizemos a partir do final da primeira volta, quando fomos a Braga vencer, e que estamos em condições de fazer agora o 23º jogo sem derrotas, é evidente que gostaríamos de continuar. É assim quando as coisas são boas.
O momento é de balanço da temporada e o que Jesualdo Ferreira faz é necessariamente positivo. O FC Porto foi campeão, ganhou uma mão-cheia de jogadores e reconstruiu uma equipa, tudo depois de um arranque complicado que o treinador do FC Porto não esquece. Como não esquece as críticas de que foi alvo nessa altura e que lhe proporcionam "um gozo especial" no momento de celebrar mais um título depois de ter sido dado como "morto". Entretanto, vai recordando que há mais dois jogos para ganhar: com o Paços de Ferreira na final da Taça de Portugal e com o Braga, no encerramento de uma época que, para ele, acaba demasiado depressa.
Considerando a realização da final da Taça de Portugal no próximo fim-de-semana, admite fazer gestão do plantel frente ao Braga?
O que vou fazer no próximo jogo não tem nada a ver com a final da Taça de Portugal, tem exclusivamente a ver com o Braga. A Taça é só no próximo fim-de-semana e até lá vamos ter mais uma semana para trabalhar. O jogo do Braga não se projecta na Taça de Portugal. É evidente que as estruturas e processos que a equipa tem mantido vão continuar e pode haver um ou outro jogador diferente que transmita um carisma diferente, mas a equipa será aquela que eu entender ser a melhor para o jogo com o Braga e para encerrar o campeonato. Comum entre Braga e Taça será a nossa vontade de ganhar.
Pensa que, com o FC Porto campeão e com o Braga na luta pelo quarto lugar, estão reunidas as condições para um bom espectáculo no encerramento do campeonato?
Acho que as duas equipas, por aquilo que foram capazes de fazer ao longo da temporada abrem perspectivas de um bom jogo. O Braga foi sempre uma equipa positiva e vai certamente jogar para ganhar no Dragão, o que se ajusta ao FC Porto que também joga sempre para ganhar. Deste quadro poderá resultar um bom jogo capaz de fazer entrar nele os 50 mil adeptos que esperamos no estádio.
Derrota com Benfica deixa o Braga com necessidade de ganhar para tentar o quarto lugar...
Ainda bem, porque nos vai obrigar a estar mais atentos e agressivos. Sempre que as dificuldades aumentam para o FC Porto, há um suplemento de motivação. Quanto mais fortes são os nossos adversários, mais fortes temos de ser nós para ganharmos e essa é uma boa proposta para nós.
Tem consciência de que, com as notícias em torno da sua renovação e da contratação de Jorge Jesus pelo Benfica, o jogo com o Braga pode servir para projectar duelos futuros entre ambos?
Só se for pela parte do Jesus. Da minha não. Nem sequer tinha pensado nisso. Não penso na próxima época. Penso apenas no jogo com o Braga que é uma boa equipa com um bom treinador.
Tem pena que a época esteja a acabar?
Tenho. Tenho e explico porquê. Se fizerem um levantamento dos nossos resultados desde a derrota com a Naval até agora, percebem a quantidade de jogos que o FC Porto ganhou nas diferentes competições, mesmo incluindo a Taça da Liga. Não houve muito tempo para treinar e tivemos de fazer uma rodagem muito grande de jogadores, até em virtude das lesões e castigos que foram acontecendo. Se olharmos para tudo isso e se verificarmos os resultados que o FC Porto fez, tenho pena que acabe. Foi um ciclo importante e vitorioso. Temos pena que acabe, mas tem mesmo de acabar. Começámos a treinar a sete de Julho e houve um período de apenas sete dias de férias no Natal porque as pessoas acharam que esse período de descanso é prejudicial, algo que não faz nenhum sentido. O que faz sentido é os jogadores descansarem, faz sentido dividir a época em dois blocos claros, faz sentido que os jogadores recuperem para poderem jogar com intensidade. Considerando o que fizemos a partir do final da primeira volta, quando fomos a Braga vencer, e que estamos em condições de fazer agora o 23º jogo sem derrotas, é evidente que gostaríamos de continuar. É assim quando as coisas são boas.
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Conferências de Imprensa
Aqui até o cozinheiro é profissional
Profissionalismo, dedicação e, claro, qualidade. Muita qualidade. Estes são os segredos de um FC Porto tetracampeão. Rodríguez revelou, em declarações a O JOGO, que só precisou de um ano para perceber os motivos que levam os portistas a vencer mais vezes do que os eternos rivais. "Claro que já percebi! Estou num clube muito profissional onde todas as pessoas trabalham em prol do mesmo objectivo, seja o cozinheiro seja outro funcionário qualquer. Aqui, todos dão sempre o máximo, e essa é uma das maiores virtudes do FC Porto", referiu o extremo que na última temporada - a primeira em Portugal - representou o Benfica. O nome do rival de Lisboa nunca chegou a ser pronunciado, e, no discurso, houve apenas espaços para os aspectos positivos desta época. "Se tivesse de destacar alguma coisa especial, seria o título de campeão, como é lógico. É um objectivo importante que todos os jogadores procuram. Mas também podia destacar o companheirismo do grupo de trabalhou ou ainda a oportunidade que os responsáveis do clube me deram para mostrar o meu futebol."
Rodríguez revelou ainda que "não sabe se já fez esquecer Quaresma" entre os adeptos, porque não é isso que o preocupa. "Vim para fazer o meu trabalho, dar o máximo pelo clube e também para aprender, porque só tenho 23 anos e ainda muitas épocas pela frente. No início foi um pouco complicado, porque, ao contrário do que pode parecer, a carreira de um jogador de futebol é muito difícil. Há momentos bons, outros maus, mas temos de seguir sempre em frente, continuar sempre a treinar, porque só assim é que surgem os bons resultados. Fomos campeões, estamos na final da Taça de Portugal e esperamos continuar a ganhar".
Curiosamente, ou talvez não, as melhores exibições de Rodríguez com a camisola do FC Porto surgiram depois da chegada de Cissokho - Manchester é um bom exemplo disso mesmo. O extremo valorizou o trabalho do companheiro do lado esquerdo. "A chegada do Cissokho foi importante. Ninguém tem dúvidas sobre as suas qualidades, sobre a sua força, velocidade... Adaptou-se muito rápido, e isso é bom, até porque ele chegou numa altura em que estávamos a jogar ao fim-de-semana e a meio da semana. Estou contente pelo grupo, mas também por ele." A concluir, Rodríguez deixou um desejo. "Nos últimos dois anos, a equipa não conseguiu vencer a Taça de Portugal e, até por isso, seria lindo ganhá-la este ano. Não podemos subestimar o adversário, que está na final por mérito, mas vamos fazer todos os possíveis para vencer esta competição e acabar a época da melhor forma."
Pedro Marques Costa n' O Jogo.
Rodríguez revelou ainda que "não sabe se já fez esquecer Quaresma" entre os adeptos, porque não é isso que o preocupa. "Vim para fazer o meu trabalho, dar o máximo pelo clube e também para aprender, porque só tenho 23 anos e ainda muitas épocas pela frente. No início foi um pouco complicado, porque, ao contrário do que pode parecer, a carreira de um jogador de futebol é muito difícil. Há momentos bons, outros maus, mas temos de seguir sempre em frente, continuar sempre a treinar, porque só assim é que surgem os bons resultados. Fomos campeões, estamos na final da Taça de Portugal e esperamos continuar a ganhar".
Curiosamente, ou talvez não, as melhores exibições de Rodríguez com a camisola do FC Porto surgiram depois da chegada de Cissokho - Manchester é um bom exemplo disso mesmo. O extremo valorizou o trabalho do companheiro do lado esquerdo. "A chegada do Cissokho foi importante. Ninguém tem dúvidas sobre as suas qualidades, sobre a sua força, velocidade... Adaptou-se muito rápido, e isso é bom, até porque ele chegou numa altura em que estávamos a jogar ao fim-de-semana e a meio da semana. Estou contente pelo grupo, mas também por ele." A concluir, Rodríguez deixou um desejo. "Nos últimos dois anos, a equipa não conseguiu vencer a Taça de Portugal e, até por isso, seria lindo ganhá-la este ano. Não podemos subestimar o adversário, que está na final por mérito, mas vamos fazer todos os possíveis para vencer esta competição e acabar a época da melhor forma."
Pedro Marques Costa n' O Jogo.
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Jogadores
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Ensaio sobre a hipermetropia
Bruno Alves sofre de hipermetropia. O pior é que nem sequer é a hipermetropia dele. É a hipermetropia de uma parte considerável da crítica que, precisamente por sofrer de hipermetropia, vê o futebol cá do burgo através de lentes coloridas de acordo com as respectivas preferências ou clientelas clubísticas. Por outras palavras, é gente que vê mal ao perto e que por isso mesmo é incapaz de reconhecer um jogador excepcional mesmo que este lhe seja esfregado no respectivo nariz durante anos a fio. Em contrapartida, o que não falta por essa Europa fora é quem veja bem ao longe. De Manchester, a Liverpool, passando por Londres, Madrid, Barcelona e Milão não falta quem tenha reparado em Bruno Alves. O que nem sequer é de admirar, considerando o que o central do FC Porto cresceu nos últimos anos. Um dia destes, vai crescer o suficiente para não caber nos estreitos limites financeiros do futebol português. Depois, quando for para longe, os mesmos que só o conseguem ver desfocado no FC Porto hão-de finalmente poder vê-lo tal como já é: um dos melhores centrais do Mundo.
Jorge Maia n' O Jogo.
Jorge Maia n' O Jogo.
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Jorge Maia
Tabu é uma doçura
Pinto da Costa continua a não desfazer o tabu sobre a renovação de Jesualdo Ferreira, mas não só vai dando pistas sobre a existência do acordo já noticiado como parece divertir-se com o tema. Ontem, no decorrer de um jantar de beneficência da Liga dos Amigos da Obra Diocesana de Promoção Social, instituição presidida por Filomena Pinto da Costa, o presidente portista abordou alguns temas do momento, entre os quais a renovação do técnico.
"Este tabu tem sido óptimo para nós. Enquanto dura, vida doçura", afirmou. A propósito de para o exterior passar a ideia de que Jesualdo já assinou e só falta mesmo anunciar o acordo, Pinto da Costa quase confirmou a notícia. "Às vezes basta um aperto de mão para que as coisas aconteçam. Sei lá se com o Jesualdo Ferreira não pode acontecer o mesmo". A seguir, o presidente portista afirmou que aperta a mão a Jesualdo Ferreira todos os dias e que gosta imenso de tabus. "Ainda não decidimos nada. Estamos a pensar o que é melhor para todos, para já temos outras preocupações como o Sporting Braga e Taça de Portugal. Quando viermos de férias a gente fala nisso".
Outra ideia que pinto da Costa desfez é a de que despede os treinadores que ganhem dois títulos. "Se calhar as pessoas até pensam que é assim, mas o António Oliveira ganhou dois campeonatos eu queria que continuasse e ele quis sair invocando motivos pessoais. Bobby Robson ganhou dois títulos, tinha contrato e forçou a saída para o Barcelona. O José Mourinho ganhou dois títulos tinha contrato e tiveram que nos indemnizar para poder sair. Éfalso que eu mande embora os trreinadores depois de ganharem dois títulos".
Outro tema a merecer comentário foi o anúncio ontem feito por Bruno Carvalho, putativo candidato às eleições do Benfica, de que teria Carlos Azenha, ex-adjunto de Jesualdo, como treinador. "Acho que para ele não é um bom projecto, pois tem uma longa carreira à sua frente. Acho que o projecto do senhor Bruno Carvalho é um projecto mais para o "petit" [pequeno] do que para o grande", afirmou brincando com o nome do ex-benfiquista Petit, mandadatário de campanha do candidato.
No tocante a mercado, o presidente portista negou que tenha em mãos qualquer proposta de transferência, não falou dos defesas Maicon e Angeleri, apontados como reforços portistas, e confirmou as contratações de Miguel Lopes (Rio Ave) e dos avançados Orlando Sá (Braga) e Varela (Estrela da Amadora)
"Na mesma baliza tinha falhado a 35 cm"
Cristiano Ronaldo afirmou há dias que gostava de marcar golos ao FC Porto [só marcou um]. Pinto da Costa não gostou muito da afirmação e desafiou-o a marcar pela Selecção Nacional, pois isso deixaria felizes "todos os portugueses". "O Cristiano Ronaldo diz que gosta muito de marcar golos ao FC Porto, mas eu gostava muito era de o ver marcar pela Selecção. Infelizmente sofremos um golo a 35 metros numa baliza em que uns dias antes ele falhou o golo a 35 centímetros", recordou.
Pinto da Costa aludia ao golo do Manchester United que eliminou o FC Porto da Champions no Dragão e também ao empate 0-0 de Portugal com a Suécia, no mesmo recinto, no apuramento para o Mundial'2010.
O dirigente queria ver o melhor jogador do Mundo de 2008 fazer mais pelo país: "Ficaria bem mais contente, tal como todos os portistas e portugueses, se lhe desse gozo marcar golos pela Selecção em primeiro lugar".
A conversa surgiu a propósito da final da Liga dos Campeões, entre Manchester e Barcelona. A preferência do líder portista pense para os catalães. "Na teoria o resultado final é-me indiferente, mas, se calhar, o coração vai empurrar-me para o Barcelona. Tenho excelentes relações com a direcção e é um clube e uma cidade que se identificam muito com Porto e o FC Porto."
"Em Maio, se calhar, metade do país fecha"
Pinto da Costa lamentou a existência de salários em atraso no futebol, mas considerou que o problema é extensivo a toda a sociedade, pelo que descarta qualquer penalização aos prevaricadores nas competições profissionais. "Já houve muitos clubes que tiveram salários em atraso e hoje não têm. Se a solução é matá-los, então metade do país vai ficar morto", afirmou.
O presidente portista estabeleceu analogia com a indústria: "Se os clubes que tenham dificuldades em pagar salários em atraso não puderam concorrer, dentro do mesmo princípio todas as actividades, sejam jornais, televisões, fábricas, comércio ou seja o que for devem fechar, porque se parte do princípio que estão a fazer concorrência desleal. Em Maio, se calhar metade do país vai fechar".
"Acho que deve haver um critério e que as pessoas devem pensar e reflectir que o facto de se ter salários em atraso não quer dizer que esses não possam ser recuperados e pagos", frisou.
Irónico, acrescentou: "Quem tiver salários em atraso com trabalhadores não vai poder continuar a trabalhar, como parece que vai acontecer com os clubes".
O Boavista é um dos clubes que têm vivido grandes dificuldades nos últimos anos - também tem salários em atraso - e ainda não se livrou do risco desportivo de descer e abandonar as competições profissionais. "Estou triste com a sua situação, pois é um clube histórico da cidade do Porto. Não acredito que vá acabar. No extremo pode acabar a SAD, mas o clube nunca acabará. Faz parte da cidade do Porto e a cidade não pode deixar acabar as instituições que a dignificam".
N ' O Jogo.
"Este tabu tem sido óptimo para nós. Enquanto dura, vida doçura", afirmou. A propósito de para o exterior passar a ideia de que Jesualdo já assinou e só falta mesmo anunciar o acordo, Pinto da Costa quase confirmou a notícia. "Às vezes basta um aperto de mão para que as coisas aconteçam. Sei lá se com o Jesualdo Ferreira não pode acontecer o mesmo". A seguir, o presidente portista afirmou que aperta a mão a Jesualdo Ferreira todos os dias e que gosta imenso de tabus. "Ainda não decidimos nada. Estamos a pensar o que é melhor para todos, para já temos outras preocupações como o Sporting Braga e Taça de Portugal. Quando viermos de férias a gente fala nisso".
Outra ideia que pinto da Costa desfez é a de que despede os treinadores que ganhem dois títulos. "Se calhar as pessoas até pensam que é assim, mas o António Oliveira ganhou dois campeonatos eu queria que continuasse e ele quis sair invocando motivos pessoais. Bobby Robson ganhou dois títulos, tinha contrato e forçou a saída para o Barcelona. O José Mourinho ganhou dois títulos tinha contrato e tiveram que nos indemnizar para poder sair. Éfalso que eu mande embora os trreinadores depois de ganharem dois títulos".
Outro tema a merecer comentário foi o anúncio ontem feito por Bruno Carvalho, putativo candidato às eleições do Benfica, de que teria Carlos Azenha, ex-adjunto de Jesualdo, como treinador. "Acho que para ele não é um bom projecto, pois tem uma longa carreira à sua frente. Acho que o projecto do senhor Bruno Carvalho é um projecto mais para o "petit" [pequeno] do que para o grande", afirmou brincando com o nome do ex-benfiquista Petit, mandadatário de campanha do candidato.
No tocante a mercado, o presidente portista negou que tenha em mãos qualquer proposta de transferência, não falou dos defesas Maicon e Angeleri, apontados como reforços portistas, e confirmou as contratações de Miguel Lopes (Rio Ave) e dos avançados Orlando Sá (Braga) e Varela (Estrela da Amadora)
"Na mesma baliza tinha falhado a 35 cm"
Cristiano Ronaldo afirmou há dias que gostava de marcar golos ao FC Porto [só marcou um]. Pinto da Costa não gostou muito da afirmação e desafiou-o a marcar pela Selecção Nacional, pois isso deixaria felizes "todos os portugueses". "O Cristiano Ronaldo diz que gosta muito de marcar golos ao FC Porto, mas eu gostava muito era de o ver marcar pela Selecção. Infelizmente sofremos um golo a 35 metros numa baliza em que uns dias antes ele falhou o golo a 35 centímetros", recordou.
Pinto da Costa aludia ao golo do Manchester United que eliminou o FC Porto da Champions no Dragão e também ao empate 0-0 de Portugal com a Suécia, no mesmo recinto, no apuramento para o Mundial'2010.
O dirigente queria ver o melhor jogador do Mundo de 2008 fazer mais pelo país: "Ficaria bem mais contente, tal como todos os portistas e portugueses, se lhe desse gozo marcar golos pela Selecção em primeiro lugar".
A conversa surgiu a propósito da final da Liga dos Campeões, entre Manchester e Barcelona. A preferência do líder portista pense para os catalães. "Na teoria o resultado final é-me indiferente, mas, se calhar, o coração vai empurrar-me para o Barcelona. Tenho excelentes relações com a direcção e é um clube e uma cidade que se identificam muito com Porto e o FC Porto."
"Em Maio, se calhar, metade do país fecha"
Pinto da Costa lamentou a existência de salários em atraso no futebol, mas considerou que o problema é extensivo a toda a sociedade, pelo que descarta qualquer penalização aos prevaricadores nas competições profissionais. "Já houve muitos clubes que tiveram salários em atraso e hoje não têm. Se a solução é matá-los, então metade do país vai ficar morto", afirmou.
O presidente portista estabeleceu analogia com a indústria: "Se os clubes que tenham dificuldades em pagar salários em atraso não puderam concorrer, dentro do mesmo princípio todas as actividades, sejam jornais, televisões, fábricas, comércio ou seja o que for devem fechar, porque se parte do princípio que estão a fazer concorrência desleal. Em Maio, se calhar metade do país vai fechar".
"Acho que deve haver um critério e que as pessoas devem pensar e reflectir que o facto de se ter salários em atraso não quer dizer que esses não possam ser recuperados e pagos", frisou.
Irónico, acrescentou: "Quem tiver salários em atraso com trabalhadores não vai poder continuar a trabalhar, como parece que vai acontecer com os clubes".
O Boavista é um dos clubes que têm vivido grandes dificuldades nos últimos anos - também tem salários em atraso - e ainda não se livrou do risco desportivo de descer e abandonar as competições profissionais. "Estou triste com a sua situação, pois é um clube histórico da cidade do Porto. Não acredito que vá acabar. No extremo pode acabar a SAD, mas o clube nunca acabará. Faz parte da cidade do Porto e a cidade não pode deixar acabar as instituições que a dignificam".
N ' O Jogo.
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Pinto da Costa
A Europa a seus pés
Bruno Alves deverá fazer o seu último jogo no Dragão depois de amanhã. Bem recentemente, o próprio jogador admitiu a possibilidade de deixar o FC Porto no final da temporada e a contratação de Maicon, central do Nacional que os portistas estão em vias de assegurar, é mais uma pista no sentido da eventual sída do número dois portista. Ora, se parece mais ou menos inevitável que Bruno Alves deixe o FC Porto, já é mais complicado saber exactamente para onde, tal é a quantidade de interessados no central portista, conforme se pode confirmar pelo mapa em anexo.
Ontem, foi a vez de o Arsenal entrar na lista com a imprensa inglesa a dar conta do interesse de Arsène Wenger no jogador que, de resto, goza de um prestígio considerável em Inglaterra. Clubes como o Tottenham, o Manchester City, o Liverpool ou o Chelsea também já foram apontados como destino provável do central portista a quem não faltam interessados na Europa continental.
Mesmo aqui ao lado, os dois gigantes Real Madrid e Barcelona destacam-se na lista de interessados. Aliás, já chegou a ser dada como certa a transferência para os recém-consagrados campeões de Espanha e finalistas da Liga dos Campeões quando, em Janeiro, circulou o rumor de que o próprio jogador teria confirmado uma eventual transferência através de uma sms transviada. O caso levou mesmo o FC Porto a avançar com uma queixa contra desconhecidos, mas o facto é que tanto o Barcelona como o Real Madrid estão mesmo no mercado à procura de centrais e Bruno Alves encaixa no perfil pretendido pelos catalães e pelos merengues.
Em Itália, os dois colossos de Milão, Milan e Inter, também já foram dados como potenciais interessados no central portista. A presença de José Mourinho no Inter e a sua proximidade em relação a Jorge Mendes, empresário do jogador, poderiam facilitar um eventual negócio, mas dada a dimensão dos restantes interessados, qualquer prognóstico é prematuro. Certa é a determinação do FC Porto em apenas aceitar negociar a eventual saída por valorews muito próximos dos 30 milhões de euros previstos na cláusula de rescisão de Bruno Alves.
Indefinições que atrasam
Apesar da geografia de interessados, há um detalhe a atrasar o processo de Bruno Alves: grande parte dos clubes interessados ainda não tem equipa técnicas definidas. Ontem, apesar do contrato com o Inter, Mourinho era apontado como candidato ao Real Madrid. Inter e Real, como se sabe, estão no mapa de seguidores. As especulações à volta das próximas equipas tácnicas de Chelsea ou Milan também têm sido frequentes...
Jorge Maia n' O Jogo.
Ontem, foi a vez de o Arsenal entrar na lista com a imprensa inglesa a dar conta do interesse de Arsène Wenger no jogador que, de resto, goza de um prestígio considerável em Inglaterra. Clubes como o Tottenham, o Manchester City, o Liverpool ou o Chelsea também já foram apontados como destino provável do central portista a quem não faltam interessados na Europa continental.
Mesmo aqui ao lado, os dois gigantes Real Madrid e Barcelona destacam-se na lista de interessados. Aliás, já chegou a ser dada como certa a transferência para os recém-consagrados campeões de Espanha e finalistas da Liga dos Campeões quando, em Janeiro, circulou o rumor de que o próprio jogador teria confirmado uma eventual transferência através de uma sms transviada. O caso levou mesmo o FC Porto a avançar com uma queixa contra desconhecidos, mas o facto é que tanto o Barcelona como o Real Madrid estão mesmo no mercado à procura de centrais e Bruno Alves encaixa no perfil pretendido pelos catalães e pelos merengues.
Em Itália, os dois colossos de Milão, Milan e Inter, também já foram dados como potenciais interessados no central portista. A presença de José Mourinho no Inter e a sua proximidade em relação a Jorge Mendes, empresário do jogador, poderiam facilitar um eventual negócio, mas dada a dimensão dos restantes interessados, qualquer prognóstico é prematuro. Certa é a determinação do FC Porto em apenas aceitar negociar a eventual saída por valorews muito próximos dos 30 milhões de euros previstos na cláusula de rescisão de Bruno Alves.
Indefinições que atrasam
Apesar da geografia de interessados, há um detalhe a atrasar o processo de Bruno Alves: grande parte dos clubes interessados ainda não tem equipa técnicas definidas. Ontem, apesar do contrato com o Inter, Mourinho era apontado como candidato ao Real Madrid. Inter e Real, como se sabe, estão no mapa de seguidores. As especulações à volta das próximas equipas tácnicas de Chelsea ou Milan também têm sido frequentes...
Jorge Maia n' O Jogo.
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Jogadores
Na semana do tetra
O FC Porto passou com seriedade e rigor pelo seu penúltimo exame do campeonato, vencendo na Trofa com uma equipa reforçada por alguns dos jogadores que, durante a temporada, tiveram menos oportunidades. E se os considero reforços é porque, neste final de época, alguns desses jogadores têm sido particularmente úteis e também porque o seu empenho foi, mais uma vez, notável.
Jesualdo Ferreira conseguiu, assim, mais um feito, com uma carreira fora de portas ao nível do melhor que o FC Porto algum dia conseguira. Aliás, foi fora de portas que esta equipa fez as suas melhores exibições e resultados, quer no campeonato, quer nas competições europeias.
Será, porventura, porque a equipa precisa de espaço para se libertar e conseguir trocar a bola e aproveitar a velocidade de alguns dos seus jogadores, como Hulk, Rodriguez e Mariano, mas haverá também outras razões mais subjectivas, como é próprio do futebol.
Entretanto, o Benfica venceu em Braga, frente à equipa que é treinada por aquele que é apontado como o seu futuro treinador, Jorge Jesus, num jogo que ficou marcado pela infeliz actuação de Eduardo, o guarda-redes da Selecção Nacional que já foi apontado como sendo um possível reforço do FC Porto mas que, como já escrevi, me parece inferior em qualidade a Beto.
É esse Sporting de Braga que visita o Estádio do Dragão na última jornada do campeonato. A equipa bracarense, que muitos consideraram a equipa sensação da época, mas que só merece essa distinção pela sua carreira internacional, já que o seu campeonato foi decepcionante para a qualidade do seu futebol e do seu plantel, é um magnífico convidado para a festa do título, tanto mais que disputa, ainda, o quarto lugar do campeonato. Teremos assim mais um jogo rijo e difícil, em dia de festa rija e de celebração do tetra.
Rui Moreira n' A Bola.
Jesualdo Ferreira conseguiu, assim, mais um feito, com uma carreira fora de portas ao nível do melhor que o FC Porto algum dia conseguira. Aliás, foi fora de portas que esta equipa fez as suas melhores exibições e resultados, quer no campeonato, quer nas competições europeias.
Será, porventura, porque a equipa precisa de espaço para se libertar e conseguir trocar a bola e aproveitar a velocidade de alguns dos seus jogadores, como Hulk, Rodriguez e Mariano, mas haverá também outras razões mais subjectivas, como é próprio do futebol.
Entretanto, o Benfica venceu em Braga, frente à equipa que é treinada por aquele que é apontado como o seu futuro treinador, Jorge Jesus, num jogo que ficou marcado pela infeliz actuação de Eduardo, o guarda-redes da Selecção Nacional que já foi apontado como sendo um possível reforço do FC Porto mas que, como já escrevi, me parece inferior em qualidade a Beto.
É esse Sporting de Braga que visita o Estádio do Dragão na última jornada do campeonato. A equipa bracarense, que muitos consideraram a equipa sensação da época, mas que só merece essa distinção pela sua carreira internacional, já que o seu campeonato foi decepcionante para a qualidade do seu futebol e do seu plantel, é um magnífico convidado para a festa do título, tanto mais que disputa, ainda, o quarto lugar do campeonato. Teremos assim mais um jogo rijo e difícil, em dia de festa rija e de celebração do tetra.
Rui Moreira n' A Bola.
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Rui Moreira
Seis nomes num restrito olimpo
SEIS jogadores, apenas seis, de uma longa lista de 68 nomes, celebraram em toda a extensão o pentacampeonato portista. O restrito olimpo é ocupado por Jorge Costa, Drulovic, Aloísio, Paulinho Santos, Rui Barros e Folha; no paraíso dos marcadores, o deus maior é brasileiro e chama-se Mário Jardel.
O campeonato de 1998/99 terminou nas Antas para o FC Porto, anfitrião do Estrela da Amadora, em ambiente de grande festa, assim mais ou menos como se antevê para depois de amanhã, quando a equipa de Jesualdo Ferreira receber o Sp. Braga no Dragão. Há 10 anos, Drulovic e Jardel ofereciam à plateia azul e branca mais uma vitória para comemorar e selava-se com um 2-0 para os portistas o ciclo do pentacampeonato, iniciado em 1994/95, também em casa e com um triunfo por 2-0, sobre o Sp. Braga.
Rui Filipe assinou o primeiro dos 397 golos apontados pelo FC Porto nos cinco títulos consecutivos. Uma semana depois, um acidente de viação roubou-lhe a vida, mas o balneário soube romper o espartilho do drama, e no final da época, a memória de Rui Filipe seria, como é tantas vezes, evocada.
MATADORES, RUI BARROS...
O FC Porto pentacampeão foi uma máquina de fabricar golos, mesmo antes de Jardel voar sobre os centrais adversários. Domingos Paciência precedeu o brasileiro no ataque às balizas adversárias e desde a Bola de Prata (25 golos) conquistada pelo agora treinador da Académica em 1995/96 que nenhum outro português se sagrou artilheiro do campeonato. A chegada de Jardel às Antas forçou a emigração de Domingos (Tenerife, Espanha) e Mário tornou-se a super-referência atacante dos dragões: melhor marcador nas três últimas épocas do penta e também na seguinte (1999/2000) - viria a repetir o êxito em 2001/02, já no Sporting.
Curiosamente, não há um ponta-de-lança entre os seis jogadores que realmente foram pentacampeões. Desse painel, extrai-se ainda um pormenor: Rui Barros, permanecendo na estrutura técnica dos dragões, avançará para a próxima época em condições de repetir o êxito como treinador adjunto. Para já, iguala o tetra como futebolista celebrado em 1997/98.
Paulo Horta n' A Bola.
O campeonato de 1998/99 terminou nas Antas para o FC Porto, anfitrião do Estrela da Amadora, em ambiente de grande festa, assim mais ou menos como se antevê para depois de amanhã, quando a equipa de Jesualdo Ferreira receber o Sp. Braga no Dragão. Há 10 anos, Drulovic e Jardel ofereciam à plateia azul e branca mais uma vitória para comemorar e selava-se com um 2-0 para os portistas o ciclo do pentacampeonato, iniciado em 1994/95, também em casa e com um triunfo por 2-0, sobre o Sp. Braga.
Rui Filipe assinou o primeiro dos 397 golos apontados pelo FC Porto nos cinco títulos consecutivos. Uma semana depois, um acidente de viação roubou-lhe a vida, mas o balneário soube romper o espartilho do drama, e no final da época, a memória de Rui Filipe seria, como é tantas vezes, evocada.
MATADORES, RUI BARROS...
O FC Porto pentacampeão foi uma máquina de fabricar golos, mesmo antes de Jardel voar sobre os centrais adversários. Domingos Paciência precedeu o brasileiro no ataque às balizas adversárias e desde a Bola de Prata (25 golos) conquistada pelo agora treinador da Académica em 1995/96 que nenhum outro português se sagrou artilheiro do campeonato. A chegada de Jardel às Antas forçou a emigração de Domingos (Tenerife, Espanha) e Mário tornou-se a super-referência atacante dos dragões: melhor marcador nas três últimas épocas do penta e também na seguinte (1999/2000) - viria a repetir o êxito em 2001/02, já no Sporting.
Curiosamente, não há um ponta-de-lança entre os seis jogadores que realmente foram pentacampeões. Desse painel, extrai-se ainda um pormenor: Rui Barros, permanecendo na estrutura técnica dos dragões, avançará para a próxima época em condições de repetir o êxito como treinador adjunto. Para já, iguala o tetra como futebolista celebrado em 1997/98.
Paulo Horta n' A Bola.
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Pentacampeões há 10 anos
Data histórica para o dragão e para o futebol português: 22 de Maio de 1999 A festa do quinto título consecutivo a azul e branco rebentou em Alvalade Nunca mais se viu tamanha proeza, como também nunca antes se tinha visto.
HÁ 10 anos, o FC Porto o clube sagrava-se pentacampeão nacional. Um acumulado de 130 vitórias, 26 empates e 397 golos marcados valeu ao dragão um capítulo único na história do futebol português, iniciado num pontapé feliz de Rui Filipe e concluído em 1998/99 da mesma forma como começou: triunfo em casa, por 2-0. Mas foi em Alvalade a uma jornada do final do campeonato, que a festa rebentou.
Cinco épocas azuis e brancas, cinco épocas sempre a abrir, para muitos parece que foi ontem, mas não, já passou uma década, longos 10 anos sobre a mais mágica das sequências alguma vez vivida por qualquer clube nacional. O FC Porto foi e é o único pentacampeão da história do futebol português, num raide impressionante sobre as balizas adversárias, em campeonatos de 34 jornadas, em campeonatos absolutamente dominados por um dragão avassalador e carregado de nomes tão marcantes, tão simbólicos como João Pinto, Jorge Costa, Baía, Rui Barros, Domingos, Jardel, Drulovic, Paulinho Santos, etc...
Uma grande galeria de vencedores, 68 é o total de futebolistas que participaram nessa louca conquista, três são os treinadores com assento eterno na mesma vitrina: sir Bobby Robson abriu o caminho, António Oliveira estendeu a passadeira até ao tetra, igualando feito do Sporting nos anos 50, Fernando Santos fechou o ciclo. Nunca mais se viu tal êxito no campeonato português, como nunca antes se tinha visto.
«NO PARAÍSO!»
O penta do FC Porto foi consumado a uma jornada do final do camopeonato de 1998/99, a 22 de Maio. Os dragões visitaram Alvalade e entraram em jogo com o título já conquistado, beneficiando de um empate do Boavista em casa do Farense. Com o Sporting, os portistas não precisavam sequer de pontuar, mas o clássico terminou com um golo para cada lado: Pedro Barbosa facturou para os leões, Zahovic fez o 1-1 com um desvio de... anca.
Revisitar o penta também é, naturalmente, falar de Pinto da Costa, o presidente longa-duração do FC Porto que, há 10 anos, via o futuro do clube, do futebol do clube, passar por um novo estádio e um moderno centro de treinos. O líder e mentor dos dragões atingia o que era seguramente impensável quando assumiu o topo da hierarquia azul e branca, em 1982 - na altura, não admitia permanecer tantos anos no cargo que desempenha -, mas na hora de tamanha vitória, rebobinou a fita da memória e selou numa frase o sentimento transversal aos portistas: «Estamos todos no paraíso!»
Paulo Horta n' A Bola.
HÁ 10 anos, o FC Porto o clube sagrava-se pentacampeão nacional. Um acumulado de 130 vitórias, 26 empates e 397 golos marcados valeu ao dragão um capítulo único na história do futebol português, iniciado num pontapé feliz de Rui Filipe e concluído em 1998/99 da mesma forma como começou: triunfo em casa, por 2-0. Mas foi em Alvalade a uma jornada do final do campeonato, que a festa rebentou.
Cinco épocas azuis e brancas, cinco épocas sempre a abrir, para muitos parece que foi ontem, mas não, já passou uma década, longos 10 anos sobre a mais mágica das sequências alguma vez vivida por qualquer clube nacional. O FC Porto foi e é o único pentacampeão da história do futebol português, num raide impressionante sobre as balizas adversárias, em campeonatos de 34 jornadas, em campeonatos absolutamente dominados por um dragão avassalador e carregado de nomes tão marcantes, tão simbólicos como João Pinto, Jorge Costa, Baía, Rui Barros, Domingos, Jardel, Drulovic, Paulinho Santos, etc...
Uma grande galeria de vencedores, 68 é o total de futebolistas que participaram nessa louca conquista, três são os treinadores com assento eterno na mesma vitrina: sir Bobby Robson abriu o caminho, António Oliveira estendeu a passadeira até ao tetra, igualando feito do Sporting nos anos 50, Fernando Santos fechou o ciclo. Nunca mais se viu tal êxito no campeonato português, como nunca antes se tinha visto.
«NO PARAÍSO!»
O penta do FC Porto foi consumado a uma jornada do final do camopeonato de 1998/99, a 22 de Maio. Os dragões visitaram Alvalade e entraram em jogo com o título já conquistado, beneficiando de um empate do Boavista em casa do Farense. Com o Sporting, os portistas não precisavam sequer de pontuar, mas o clássico terminou com um golo para cada lado: Pedro Barbosa facturou para os leões, Zahovic fez o 1-1 com um desvio de... anca.
Revisitar o penta também é, naturalmente, falar de Pinto da Costa, o presidente longa-duração do FC Porto que, há 10 anos, via o futuro do clube, do futebol do clube, passar por um novo estádio e um moderno centro de treinos. O líder e mentor dos dragões atingia o que era seguramente impensável quando assumiu o topo da hierarquia azul e branca, em 1982 - na altura, não admitia permanecer tantos anos no cargo que desempenha -, mas na hora de tamanha vitória, rebobinou a fita da memória e selou numa frase o sentimento transversal aos portistas: «Estamos todos no paraíso!»
Paulo Horta n' A Bola.
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