SE algum jogador violou as regras que se impõem a um atleta — ou, vale dizer, a um profissional do futebol –, deve ser punido. Ou seja: se algum jogador do FC Porto for declarado culpado de condutas menos próprias no célebre túnel da Luz (como se sabe, um lugar cheio de câmaras de vídeo, prodígio de vigilância electrónica), deve ser punido de acordo com as leis em vigor. E, para manter as coisas na mais estrita regularidade, deve ter direito a uma defesa justa e profissional, uma vez que o CD da Liga não pode ser deixado à solta como se fosse proprietário da justiça desportiva (já se viu que não é o seu melhor intérprete). Se for um jogador apenas – que seja punido. Se forem três, quatro, cinco, seis – que sejam punidos. Da mesma forma, devem ser avaliados e eventualmente punidos os comportamentos de outros agentes envolvidos no processo – de stewards a dirigentes ou enfermeiros. Toca a todos.
Dito isto, que é bastante, acrescento o seguinte: não me parece que um grupo de jogadores se tivesse disposto a agredir um «segurança» ou «vigilante» no Estádio da Luz, apenas para dar largas à sua criatividade, musculatura e bonomia (de qualquer modo, como ouvi o responsável da PSP dizer que nada de anormal se tinha passado, espero que o seu testemunho também seja ouvido). Esperemos que o caso do túnel não se transforme num caso «câmara oculta» com «provas», «gravações» e «vídeos» a circularem por todo o país clandestino, onde se fabricam apitos dourados e rumores ao desbarato.
Por falar em Estádio da Luz, foi pena que os «casos» do jogo do Benfica com o Nacional não tivessem ocorrido no túnel. A esta hora já a justiça desportiva tinha actuado.
Os dois últimos jogos do FCP não deram grandes indicações sobre o arranque de 2010. A avaliar pelo jogo em campo, os sinais foram fraquinhos com excepção dos resultados; talvez para Jesualdo tenham outro significado – no fundo, foi ele que falou em sofrimento. Ora, quem melhor pode falar sobre o assunto?
Francisco José Viegas n'A Bola.
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