terça-feira, 19 de janeiro de 2010

"Escolhi o FC Porto porque aqui ganhamos... títulos"


Rúben Micael chegou ao clube que sempre quis. Apesar de ter vários interessados, cá dentro e lá fora, o madeirense revelou a Rui Alves o desejo de vestir a camisola azul e branca, espoletando as negociações que ontem terminaram com o final desejado para o jogador que já fala à Porto. Em entrevista a O JOGO, Rúben Micael prometeu fazer os possíveis para ajudar o clube a recuperar a liderança do campeonato e acredita "piamente" que ainda vai a tempo de revalidar o título. Jogar na Liga dos Campeões é outro dos sonhos que espera concretizar em breve, guardando para Junho outro: estar no Mundial da África do Sul. O médio confessou a admiração por Fernando e explicou como se tornou num médio goleador.

Começando pelo óbvio, porque escolheu o FC Porto quando tinha outros clubes interessados?

Porque no FC Porto ganhamos títulos, todos os anos jogamos a Liga dos Campeões, e porque foi sempre a minha escolha. Além disso, disse ao senhor Antero que tinha escolhido o FC Porto por causa da sua organização, que está muito à frente dos outros clubes. E nunca pensei que fosse tão bem organizado, em tudo, como já pude comprovar.

Esteve ou não perto do Sporting?

O único contacto que tive foi do FC Porto. É aqui que estou e muito satisfeito.

Foi um processo difícil?

Foi tudo muito rápido. Expliquei ao presidente do Nacional que queria jogar no FC Porto ele disse que sim. Depois os responsáveis do FC Porto falaram com o presidente e foi num instante

Conseguiu dormir bem nos últimos dias ou a ansiedade não deixou?

Confesso que senti alguma ansiedade para que as coisas se resolvessem o mais rápido possível, mas consegui dormir muito bem.

Para quem passou por dificuldades na infância o que significa assinar pelo FC Porto?

É muito bom, mas não vai mudar nada em mim. Estou feliz, sem deixar de ser a pessoa que sou.

O sorriso para o treinador [Jokanovic] aquando da substituição em Alvalade foi de despedida?

Não, porque ainda não sabia de nada.

Vai viver pela primeira vez fora da Madeira, acha que terá problemas de adaptação?

Só se for por causa do frio [risos]. Aqui falamos a mesma língua e a família e os amigos estão a apenas 1h50 de distância de avião. Não estamos assim tão longe.

Esteve no Olival de manhã, cruzou-se com Jesualdo Ferreira?

Tive oportunidade de falar com o presidente e com o treinador. Deram-me as boas-vindas e disseram-me o que dizem a quem chega de novo, que quem vem para o FC Porto tem de pensar apenas em trabalhar e ajudar a equipa para que possa ser campeã.

A sua estreia pelo FC Porto pode acontecer com o Nacional. Como será?

Antes de mais quero agradecer ao presidente do Nacional, aos meus ex-companheiros e adeptos porque todos me ajudaram bastante. Claro que será um jogo especial, se tiver a oportunidade de jogar, porque será o melhor clube português contra o segundo.

Vai festejar se marcar?

Não.

Tem consciência de que os adeptos do FC Porto têm grandes expectativas em relação ao que possa fazer?

Isso não acrescenta responsabilidade. E uma coisa posso garantir: não vai acontecer esconder-me do jogo e ter medo. De certeza absoluta que vou manter-me igual porque essa é uma característica que aprendi durante a infância. Sou como o FC Porto, penso em grande e por alguma razão o clube, nos últimos 30 anos, ganhou tantos títulos.

Chegou a ser reprovado por Nené numa altura em que efectuou testes no Benfica. Esta é uma oportunidade para provar que ele estava enganado?

Não tenho que provar nada a essas pessoas, mas sim provar às do FC Porto que tenho capacidade para jogar no melhor clube português. Há fases menos boas na nossa na vida e eu gosto de as recordar apenas para poder trabalhar ainda mais todos os dias. Este é um desses casos.

Carlos Gouveia n' O Jogo.

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