Entre atenuantes que Jesualdo já referiu e que, hoje, o seleccionador uruguaio, Oscar Tabárez, também sublinha a O JOGO, houve sempre uma coisa boa na fase má de Rodríguez: ele foi trapalhão, sim, mas nunca pareceu alheado. A diferença favorece-o e é fácil de explicar. Um trapalhão quer fazer tudo, acabando muitas vezes sufocado na sua própria vontade. Encostado à linha, onde já se desconfiava que não renderia tanto, Rodríguez procurou disfarçar fragilidades com o físico, assente na convicção de que, de tanto bater, acabaria por furar. Não furou. A entrada de Hulk libertou-o das amarras que o prendiam à linha, como Jesualdo fez saber. Mas, ironicamente, num reflexo que a psicologia conseguirá explicar melhor do que eu, agora que tem essa liberdade - ou a ideia de liberdade, pelo menos -, Rodríguez tornou-se também mais eficaz quando avança colado à linha. Falta dizer que um alheado, o que ele nunca foi, é aquele que se arrasta pelo relvado à procura do primeiro buraco para se enfiar, porque não quer nada com aquilo. Para bem e para o mal, Rodríguez quis sempre.
Hugo Sousa n' O Jogo.
Hugo Sousa n' O Jogo.
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