quinta-feira, 4 de novembro de 2010

André Villas-Boas - seria um erro deixar fugir a classificação

Villas-Boas admitiu fazer algumas alterações na equipa tendo em conta o clássico, mas quer que os jogadores se focalizem em exclusivo no Besiktas porque a ideia é fechar já o apuramento para a fase seguinte e evitar o "impacto negativo" do empate ou da derrota. O técnico portista está a contar com um adversário mais forte do que no jogo na Turquia, por via das entradas de Guti, Holosko e Mehmet Aurélio, mas também pressionado pela necessidade de pontos.

É possível jogar com o Besiktas sem pensar na recepção ao Benfica?

O mais importante é manter a concentração para este jogo. É este o nosso desafio porque este jogo é tão importante como o que vem a seguir. Estes jogos não decidem nada em absoluto: se ganharmos ao Besiktas decide o apuramento, se não o fizermos mantém-se tudo em aberto numa competição e na outra. Estamos com um percurso interessante, e orgulhosos dele, mas o nosso compromisso é manter os jogadores atentos e focalizados neste jogo, antes de pensar no clássico com o Benfica. Deixar fugir uma oportunidade como esta não é sensato, até tendo em conta o percurso que temos vindo a fazer.

Apesar de não precisar do resultado, qual a importância de vencer o Besiktas para a confiança da equipa?

É de evitar o impacto da derrota ou do empate porque a equipa está confiante e tem crescido em termos de organização. Poderíamos ter crescido ainda mais em Coimbra se não fossem aquelas condicionantes. Vínhamos de dois jogos muitos fortes a nível do colectivo, o Besiktas e o Leiria, e tivemos pena de não dar continuidade. O impacto de algo negativo não será bem-vindo e o impacto de algo muito positivo com o extra do apuramento, com dois jogos por realizar, seria muito benéfico tendo em conta o jogo de domingo. Portanto, focalização máxima nos objectivos imediatos a atingir e, depois, focalização máxima no clássico.

Está à espera de um Besiktas diferente do que encontrou na Turquia?

As entradas do Holosko, do Guti e do Mehmet Aurélio são de salientar porque são decisivos na organização do Besiktas e não estiveram no primeiro jogo. Obviamente que ainda faltam alguns jogadores importantes como o Nobre, que não repete a convocatória, e do Quaresma, que falta aos dois jogos. Há o acrescento de alguma qualidade individual que potenciará o colectivo. Além disso, o Besiktas sente-se ameaçado pelo Rapid, que joga em casa com o CSKA e que se pode aproximar. Será um Besiktas alerta e com vontade de pontuar.

Pergunta O JOGO

Atendendo que tem três jogos para garantir a qualificação e a proximidade do clássico, vai fazer muitas alterações na equipa?

A gestão que será feita é a que tem de ser de acordo com calendário apertado e com pouco tempo de descanso que temos para o próximo jogo de campeonato. Nesse sentido, é capaz de haver uma ou outra alteração em relação ao onze anterior. Obviamente que o calendário permite-nos ter dois jogos ainda que nos podem dar a qualificação, se este corresse mal. Mas estar às portas e deixar fugir uma oportunidade como esta, num jogo em casa, contra o adversário mais apetecível, seria um erro nosso e, por isso, queremos concluir desde já a qualificação.

As 15 vitórias em 16 jogos oficiais esta temporada alimentam o ego de Villas-Boas, mas não o fazem perder a noção de que ainda está no início da carreira de treinador nem lhe "matou a fome" que tem de conquistar títulos. Não só a dele como a dos jogadores. "O meu currículo no FC Porto é uma Supertaça e estas vitórias não dão currículo. O percurso é longo e temos de mostrar muito como grupo para conseguir os objectivos. Há 16 jogadores por serem campeões e o desejo de o conseguir é imenso. É importante que continue a somar títulos e esse é o desafio que a grandeza deste clube me propõe e possibilita", frisou. Villas-Boas aproveitou o embalo para reflectir sobre a sua passagem a treinador principal. "Deixei a equipa técnica de José Mourinho para ir para a Académica e esse foi o grande passo da minha carreira. Sentia-me pronto e capacitado para dar esse passo, mas obviamente que os riscos eram enormes e que podia ter saído o tiro pela culatra. Isso só não aconteceu porque tinha jogadores de grande talento na Académica que me permitiram ter o sucesso que me trouxe a esta cadeira", salientou.

"Vamos estar frescos no clássico"

Apesar de ter menos dois para recuperar os músculos do que o Benfica, que já jogou na terça-feira, Villas-Boas está convencido de que os jogadores do FC Porto vão estar a cem por cento no clássico porque, disse, o factor motivacional vai ajudar a recuperar o físico depois do embate com o Besiktas. Além disso, defende que o duro jogo com a Académica não terá repercussões. "Esse jogo teve algum impacto. Recuperámos dois dias, optando por uma folga quando estava marcado um treino para domingo. Acreditamos muito na recuperação psicológica e na aceleração que causa na recuperação física. Além disso, as cargas distribuídas nos últimos treinos foram leves. Nesse sentido, estamos completamente frescos para este jogo, assim como estaremos para o jogo com o Benfica, apesar da distância ser curta. Isto porque o factor motivacional faz transcender qualquer jogador", assegurou.

"Ausência da selecção não vai abalar Hulk"

Hulk alimentava a esperança de voltar a merecer a confiança de Mano Menezes, seleccionador do Brasil. Contudo, o avançado não foi incluído na lista de jogadores que vão defrontar a Argentina, no dia 17, mas Villas-Boas acredita que essa situação não vai afectar o rendimento do Incrível. "Como já disse, há uma quantidade anormal de jogadores que são chamados à selecção do Brasil. O talento que tem disponível é tão evidente, que permite grandes oscilações nas convocatórias e testar continuamente talentos, sem perder rendimento. A convocatória do Hulk seria positiva, mas não o vai abalar. Tem-se mantido num nível exibicional fortíssimo, tanto pessoal como colectivo e se o continuar a demonstrar, mais tarde ou mais cedo, voltará à selecção", sublinhou.

Optimista quanto à recuperação de Fernando

No final do jogo com a Académica, Villas-Boas mostrou-se optimista quanto à recuperação de Fernando para o clássico com o Benfica. Contudo, lembrava que o médio ainda ia ser reavaliado para saber qual a gravidade da lesão no joelho direito, causada pelas condições do relvado do Municipal de Coimbra. Agora que conhece o diagnóstico médico, o técnico portista mantém a ideia de que poderá ter o "polvo" na recepção aos encarnados. "A recuperação dele prende-se com o jogo do Benfica e não com este porque está castigado. Nesse sentido, temos mais três dias à nossa frente para esperar que isso aconteça", referiu.


Carlos Gouveia n' O Jogo.

1 comentário:

Dragus Invictus disse...

Bom dia,

Logo espera-se que o Porto, apesar da necessária gestão do plantel depois do fisicamente exigente jogo de Coimbra, consiga os 3 pontos, que garantam definitivamente a qualificação.

O ideal será resolver a contenda na primeira parte, para que na segunda se possa dar o necessário descanso aos mais jogadores mais utilizados.

O Porto tem pois de entrar dominador e controlador desde o primeiro minuto para levar de vencida esta aguerrida e lutadora equipa turca.

Abraço

Paulo

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