Ninguém gosta de se sentir sob pressão. Eu, por exemplo, detesto que alguém fique a espreitar por cima do ombro enquanto escrevo. Bloqueio. Não consigo completar uma frase, os erros sucedem-se e as gralhas amontoam-se até tornar inevitável uma explosão do género "e-se-fosses-espreitar-para-o-%&$#$%*!". Deve ser mais ou menos por isso que os jogadores do FC Porto e do Benfica empurram a pressão de um lado para o outro como se fosse uma batata quente. Mas quem está, afinal, sob pressão à entrada para a última jornada da primeira volta do campeonato? O líder com oito pontos de vantagem, que sofreu apenas uma derrota em 27 jogos realizados, que mantém o estatuto de defesa menos batida da Europa e que ainda não abdicou de nenhum dos objectivos traçados no início da temporada? Ou o perseguidor, que depois da derrota por 5-0 na visita a casa do líder sabe que os oito pontos de atraso são, na realidade, nove, o mesmo que foi despromovido da Liga dos Campeões e que perdeu nove vezes em 24 jogos oficiais? Quem será?
Jorge Maia n' O Jogo.
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