Maluco não é a palavra. Ou talvez seja, a avaliar pelo muito e, afinal, tão pouco que foi escrito sobre o boicote do Benfica aos jogos fora de casa. Quem pede a uns milhares ou milhões de pessoas que se organizem e ajam - neste caso, ficando quietos na "chaise longue" - não é maluco, ao menos clinicamente. A insanidade viria à conversa se houvesse resposta positiva ao apelo. Desemprego, cortes salariais, aumentos de impostos, "austeridade", comportamentos mais do que questionáveis do Governo e da oposição: se, no meio disto tudo, fossem as misérias de um simples entretenimento, como é o futebol, a conseguir mobilizar as pessoas - nem que fosse desmobilizando, conforme se pretendia na Luz-, a vinda da Organização Mundial de Saúde seria mais necessária e urgente do que a do FMI. Portanto, obrigado Benfica, por nos mostrares que podemos ser pobres e indolentes, mas malucos não.
José Manuel Ribeiro n' O Jogo.
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