Há um ditado africano que diz qualquer coisa como isto: numa luta de elefantes, quem perde é o capim. Pois bem, para André Villas-Boas, hoje em Moscovo, vão defrontar-se duas grandes equipas, pelo que não faz sentido falar em favoritos. Quanto ao capim, felizmente o piso sintético do Estádio Luzhniki está pronto para aguentar o duelo entre o FC Porto e o CSKA sem ceder. Villas-Boas também não vê na relva artificial ou no clima - as temperaturas podem descer aos 10 graus negativos à hora do jogo - um obstáculo intransponível para a sua equipa.
Complicado mesmo é o CSKA. E é por isso que, mesmo sem abdicar da iniciativa, o treinador do FC Porto lembra que a eliminatória só se resolve no Dragão.
Considerando todos os factores, incluindo o clima e o percurso das duas equipas, até que ponto há favoritos?
O frio não me parece um problema, porque, na verdade, não está tão mau como isso. Quanto ao papel de favorito, não serve para nada atribuí-lo. O CSKA vem de uma derrota que custou um troféu e isso pesa muito. Quem vem de um resultado assim quer meter as coisas noutro rumo rapidamente, pelo que esperamos motivação máxima por parte do nosso adversário. O facto de estar em início de época também terá algum significado. Podem estar mais frescos. Finalmente, o ambiente parece que não será de estádio cheio, mas será atmosfera presente e de dimensão sempre apreciável para um jogo que dá o acesso aos quartos-de- final.
Não fez qualquer treino em piso sintético em Portugal e realiza hoje o único treino antes do jogo. Até que ponto o piso pode ser um obstáculo?
Optei por não fazer treinos em sintético no Olival porque achei que massacrar os jogadores podia ter efeitos negativos em termos musculares. A adaptação acontecerá hoje [ontem], num treino mais leve, porque são solicitados outro tipo de músculos nestes pisos. Veremos que tipo de sensações são geradas nos jogadores. Preferimos correr esse risco, do que treinar no sintético.
O FC Porto nunca sofreu golos nos quatro jogos realizados com o CSKA. Está a pensar em resolver a eliminatória aqui?
Importante é resolver a eliminatória. Aqui ou lá. Depois, este CSKA não é o mesmo. Há o registo de uma fase de grupos emocionante e do que fizeram na Liga dos Campeões, sendo eliminados pelo Inter de Milão, campeão europeu. Isso pesa, porque os jogadores se mantiveram. É verdade que o CSKA tem baixas importantes, mas não podemos sonhar resolver as coisas numa mão. Queremos resolver a eliminatória no seu todo e chegar aos quartos-de-final.
O FC Porto conta por vitórias todos os jogos realizado fora neste Liga Europa. Nesse sentido, que FC Porto podemos esperar? Um FC Porto dominador?
Não costumamos mudar a nossa postura à medida que encontramos adversários mais ou menos fortes, nem fora nem em casa. O nosso jogo passa por assumir a iniciativa. O CSKA também gosta de o fazer, e é forte na transição por intermédio do Vágner e do Doumbia. Vamos tentar tomar conta do jogo, ter posse de bola e criar o maior número possível de oportunidades. É o que temos vindo a fazer, tanto em casa como nos jogos fora.
Qual é o jogador mais perigoso do CSKA?
O CSKA mantém um núcleo de jogadores forte há algum tempo, como é o caso dos irmãos Berezustki ou de Vágner Love. São jogadores que sabem a cultura e filosofia do clube. Ao longo dos últimos tempos, adicionaram qualidade ao plantel, provavelmente para responder às necessidades do treinador. Têm um jogador que aprecio muito, o Honda, mas o CSKA vale pelo todo porque é uma equipa forte, conforme demonstrou ao longo de uma fase de grupos espectacular.
Perguntas O JOGO
As prioridades não mudaram...
Já decidiu quem vai jogar ao lado de Hulk e Falcao no ataque: Varela ou James?
Não treinámos ontem, apenas fizemos a viagem. No domingo fizemos apenas um treino de recuperação e há muitas decisões para tomar relativamente ao que fizermos hoje, no treino que vamos realizar daqui a pouco.
Os resultados da 22ª jornada do campeonato tiveram alguma implicação em termos daquilo que são as prioridades da equipa, nomeadamente colocando a Liga Europa em primeiro plano?
Não. Parece-me claro que o que se passou no campeonato na última ronda tem pouca expressão. O que mais nos interessa é manter o objectivo que tínhamos traçado de cinco vitórias no campeonato e para isso ainda nos faltam três.
Jorge Maia e Pedro M. Costa n' O Jogo.
1 comentário:
Bom dia,
Hoje teremos um jogo difícil em Moscovo.
Ao longo da sua história o FC Porto tem dado provas que em situações climatéricas adversas, sempre dá a volta por cima, adapta-se, luta e vence.
O relvado é artificial e tem aquecimento, por isso espera-se um relvado sem muita neve. Esperemos que os nossos jogadores se adaptem à relva artificial.
Somente o frio e a longa viagem poderão condicionar a nossa equipa.
O CSKA perdeu diante do Zenit o primeiro troféu russo da época - a supertaça - e por certo irá entrar motivado para tentar dar uma resposta aos seus adeptos.
O CSKA apesar de não ter sido campeão na época passada, é uma equipa muito organizada, que conta com excelentes valores individuais como o guarda-redes Akinfeev, os defesas Ignashevich,Semberas, e os irmãos Berezutski.
No meio campo contam com Tosic (excelente jogador, mas que está lesionado e vai falhar esta 1ª. mão), Aldonin, o japonês Honda (um excelente jogador) e Dzagoev (o melhor jogador russo da actualidade).
No ataque tem dois excelentes finalizadores o jovem checo Necid e o experiente Wagner Love.
As estatísticas jogam a nosso favor, nos 4 confrontos com o CSKA, nunca perdemos, ganhamos sempre fora, empatamos sempre em casa, e nunca sofremos um golo desta equipa.
Não obstante o nosso favoritismo, temos de ter uma atitude guerreira, e jogar com afinco.
É muito importante marcar fora.
Espera-se um FC Porto forte para dar já amanhã um passo importante rumo aos quartos de final.
Abraço e boa semana
Paulo
http://pronunciadodragao.blogspot.com/
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